Monday, December 15, 2014

Dancefloor - As Regras de Etiqueta



Olá!

Bem sei que estivemos algum tempo fora de combate - em termos literários - no entanto, regressamos hoje, para agitar as vossas mentes e reflectir sobre alguns dos fenómenos que habitam a nossa dance scene.

O nosso objectivo com este post não é de todo, criticar ou julgar esta ou aquela atitude. Contudo e tendo em conta a frequência com que a demência na sua forma temporária assalta a mente de alguns ravers, achámos importante enumerar alguns comportamentos que são recorrentes e que sendo corrigidos e/ou mitigados, conduzirão a um ambiente mais ameno na pista e mais "clubber friendly". Para tal e numa óptica de simplificação, vamos estereotipar os ditos comportamentos, enumerando hoje, três deles:

-  The Talking Head: não é à toa que este foi o primeiro estereotipo escolhido. É muito provavelmente, aquele que cria mais clivagens em pista e que torna prazerosos momentos, em verdadeiros pesadelos. O raver, a dada altura, é acometido com uma imparável e incontornável vontade de falar. Sobre a sua vida, sobre o ambiente da festa, sobre o seu trabalho ou simplesmente sobre o piriquito da vizinha que canta todos os dias às sete e meia. O conselho que podemos deixar a todos aqueles que são mais reservados/calados é que ser simpático não adianta. Tentar fazer entender de forma subliminar que o Talking Head está a incomodar, normalmente também não chega (depois de um olhar cansado por parte da vítima, o Talking Head ainda pergunta se está a chatear). A solução passa portanto, por dizer abertamente à outra pessoa que não está em condições de comunicar com ninguém, sendo que, por vezes é necessário repetir a frase duas ou três vezes, correndo a vítima o risco de ofender o Talking Head. Em último caso e se estiver acompanhado por amigos, solicite a ajuda dos mesmos. Por vezes e em casos mais extremos não há forma de impedir o Talking Head da sua demanda e será mesmo obrigado a ouvir a história até ao fim.

- The Touching Maniac: devido à forte concentração de pessoas numa pista, o toque entre pessoas torna-se inevitável. É um facto aceite pela maior parte dos ravers e dependendo do seu nível de paciência é geralmente bem aceite, desde que se verifique que tenha sido sem querer ou que o nível de alteração mental o justifique. No entanto, tal como a incontrolável vontade de falar assalta alguns ravers, também a vontade de tocar consegue ser incontornável. Quem nunca recebeu um caloroso abraço cheio de suor, vindo de um fétido corpo a destilar cinco substâncias diferentes? Tal como no estereotipo anterior, a simpatia normalmente não funciona. Nesse sentido, vimos por este meio solicitar aos diferentes espaços de divertimento nocturno, a instalação de sistemas de refrigeração mais eficazes. Por outro lado, sugerimos às vitimas desta regular sociopatia, que utilizem a sinceridade como arma de arremesso: "Estás um pouco suado. Desculpa, mas faz-me impressão." Normalmente, o Touching Maniac imediatamente pede desculpa e fica constrangido, sendo que aconselhamos um toque no ombro do mesmo com a mão e dizendo "Está tudo bem. Faz-me impressão, é só isso." Se mesmo assim não funcionar, solicite a ajuda de um amigo ou familiar, em último caso, chame as autoridades ao local (112, chamada grátis).

- The Cheesy Bread: a ideia que temos de algumas culturas tribais, é frequentemente, a imagem de um homem mais velho, semi-nu, com missangas um pouco por todo a corpo, fumo à sua volta e palrando indecifráveis palavras para todos os que o ouvem. A única diferença para uma pista de dança é a idade do homem, eventualmente a não existência de missangas e o facto de ninguém o querer ouvir. Este estereotipo irá de forma puramente aleatória, abordar quem o rodeia, com enigmáticas frases e charadas, dignas de um livro de Stephen King:

- "Não vás pela casa de banho, o ar condicionado deu à luz"
- "Estive em Tokyo, mas não vi o hotel" (possível alusão à banda emo, Tokyo Hotel)
-  "As avestruzes nas minhas calças. Pregos e.. ayahtollahs de saias. Ai que isto vai parar!"

A lista continua e vós próprios, terão certamente sido brindados com pérolas de elevado pedigree. Neste caso específico, uma simples mudança de local resolve o problema. Habitualmente, o Cheesy Bread não tem capacidade de produzir este tipo de frases e ao mesmo tempo fazer-se deslocar para outro espaço. Ou se mexe, ou fala. Coordenar movimentos corporais com a fala, é para o Cheesy Bread, o equivalente a um aluno do oitavo ano projectar uma nave especial e enviá-la para Marte.

Esperamos assim, ter contribuído para festas mais saudáveis e higienicamente, mais prolíficas.

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