- - Um número
substancial de pessoas caminha pela rua ao sábado de manhã, aparentando terem
dormido a noite toda
- - Apresentam um ar
saudável e interagem uns com os outros de forma relaxada
- - Um número igualmente
grande de pessoas opta pela leitura; parece que existem publicações que resumem
tudo o que de significativo se passou durante a semana; decidi comprar uma,
verificando no momento, que o peso dessas publicações equivale, a mais ou
menos, meia caixa de Skip
- - Noutro local, verifiquei
que existem espaços – muito populares também – onde se vende peixe, fruta,
flores e artigos relacionados, com um alto índice de frescura; indagando junto
de um comerciante o motivo da popularidade destes espaços, foi-me explicado que
muitas pessoas preparam um almoço especial ao fim-de-semana. Fiquei absorto na
ideia de alguém almoçar ao fim-de-semana
- - Pela tarde,
dirige-me a outro local bastante em voga: um centro comercial. Para além de ver
milhares de pessoas a comer como se não houvesse amanhã, reparei ainda numa
versão mal amanhada de after de after em algumas lojas de roupa/calçado, onde a
música electrónica de mau gosto impera. Ainda assim, consegui dar um passo de
dança com uma das funcionárias
- - Dentro destes
centros comerciais, existem ainda, grandes salas com imensas cadeiras onde
podem ser visionados filmes com cerca de duas horas. Lembrei-me imediatamente
das ‘dark rooms’ do Berghain; questionando um casal que encontrei na entrada de
uma dessas salas, explicaram-me que o conceito não é tão abrangente, ou seja,
normalmente não envolve sexo propriamente dito, mas é utilizado em muitos casos
para dar uns beijinhos (logo vi)
- - Antes de sair do
centro comercial, vi um senhor com um turbante a cozinhar e um número
considerável de pessoas ouvindo o seu discurso com atenção (o sotaque era
peculiar); pelos vistos, a cozinha é um tema de facto popular aos
fins-de-semana
- - Perto do rio, fiquei
abismado com o autêntico ginásio a céu aberto que esta zona da cidade
proporciona; penso inclusive, ter visto um rapaz parecido com um cyborg: contei
pelo menos 6 gadgets visíveis. Interpelei-o, indagando-o sobre tal
parafernália, respondendo ele que as próprias sapatilhas emitiam informação
para o seu telemóvel, informação essa que posteriormente ia para a “Cloud” (?!)
e depois para as redes sociais. “Do Tejo para o Facebook” foi o slogan que me
ocorreu no momento
- - Atordoado com todas
estas novidades, fui para casa ler o tal semanário, onde verifiquei que o mundo
continua absorvido numa imensa perplexidade. Parei a meio, na medida em que já
estava a ficar deprimido. Liguei a televisão e reparei que na maior parte dos
filmes disponíveis ao fim-de-semana, os animais têm a capacidade de falar e dar
uma espécie de lição de moral no fim do filme. Era como se tivesse ido a uma
missa de forma encapotada
- - Depois de toda esta
aventura, alterei os meus planos (ficar em casa de novo) e fui sair à noite. Se
os sábados são assim, imagino os domingos!
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