DJ de trance faz promessa inédita para o festival Boom

Um conhecido dj de trance que preferiu não ser identificado e que vai estar presente em Idanha-a-Nova a propósito do festival Boom, fez uma promessa inédita.

Garante ele, que vai passar quatro músicas seguidas sem cometer nenhum erro de natureza técnica, os chamados pregos.

Em declarações ao blog Beaten by Cables o conhecido DJ diz que já está a trabalhar neste projecto praticamente desde que iniciou a sua carreira - há cerca de 20 anos - e que finalmente terá conseguido alcançar a proeza em sua casa e segundo o mesmo, de forma completamente fortuita.

"Estava a ouvir uns discos de hip-hop quando um amigo meu que estava presente, sugeriu que eu fizesse scratch. Assim o fiz. Passado uns segundos reparei que num desses movimentos tinha apanhado o beat da música.
Andei com o beat para trás e para a frente várias vezes e larguei o disco ao mesmo tempo que o beat da outra música que estava a tocar.
Depois acertei o pitch e qual foi o meu espanto quando ambas as músicas, durante vários segundos, tocaram de forma harmoniosa originando uma fantástica combinação.
Foi lindo e senti quase que uma revelação. Ainda bem que eu e o meu amigo não tínhamos tomado nada."

Questionado sobre se o público do festival Boom estará preparado para tal acontecimento, o DJ respondeu que depois de praticamente 20 anos de festival, era agora tempo de introduzir alguma qualidade do ponto de vista técnico-musical ao último e que eventualmente - a seu tempo - será introduzido um número limite de pregos por hora.

"Tenho conhecimento que na Europa central alguns festivais já estão a trabalhar com um limite de 20 pregos/hora, penso que será razoável daqui a dois anos, arrancarmos com algo similar. Vamos ver como vão correr as 4 músicas de seguida sem pregos e a partir daí passamos para a próxima fase."

O festival Boom realiza-se no mês de Agosto entre os dias 11 e 18, em Idanha-a-Nova.

Lisboa bate recorde do Guiness

No dia 30 de Fevereiro deste ano, Lisboa bateu o recorde do Guiness para o maior número de festas de música eletrónica em apenas um dia.

A efeméride deu-se de forma inadvertida, visto que segundo os responsáveis dos eventos contactados pelo Beaten by Cables (mais de 50), nenhum deles tinha conhecimento que decorria outra festa no mesmo dia.

"Garanto-lhe que no dia em que fizemos o booking dos DJ's, não estava nenhuma festa marcada e temos sempre o cuidado de o verificar" apurou o Beaten by Cables junto de um dos responsáveis dos 145 eventos de música electrónica que decorreram nesse dia.

Curiosamente e segundo fonte da organização Guiness World of Records o recorde foi batido graças à Associação de Columbofilia da Picheleira que no âmbito do seu aniversário, convidou Woo York para actuar. 

"Apesar da Associação de Columbofilia da Picheleira não ser uma organização que promova habitualmente eventos de música electrónica, não fomos indiferentes ao facto de terem apostado num artista tão conceituado como Woo York e decidimos contabilizar o evento para efeitos de recorde."

Falámos também com um habitué destas lides que terá estado em cerca de 10 eventos nesse dia: "Habitualmente vou a cerca de 5 ou 6 festas por fim de semana, achei estranho em apenas um dia, ter conseguido ir a 10. E dessas 10, apenas uma se encontrava, digamos, composta. Lembro-me que numa delas haviam mais pessoas dentro da cabine com o DJ do que propriamente a dançar."

Responsáveis de eventos de Ibiza, Amsterdão e Barcelona contestaram esta decisão do Guiness World of Records e prometem bater o recorde lisboeta já neste verão.

Lisboa, sem dúvida, a nova Berlim.

Pixel 82 b2b Nuno di Rosso + Gusta-vo + Simian Mobile Disco + Josh Wink @ Brunch Electronik Lisboa

Lisboa acordava quente. Ansiosa. Respirava um nervoso miudinho enquanto o sol ia distraindo os mais incautos.

Na Tapada da Ajuda, um domingo prazeroso esperava por veraneantes. Aventureiros e irrequietos, sonhadores e arquitectos, cores e ventanias. E mamados também, claro. Daqueles como se costuma dizer, "que estão desde sexta".

Mas o dia era especial. Ainda não sabíamos todos o quanto especial seria, mas estava lá à nossa espera, como sempre está, de resto.

E sendo especial, aquele sol que de tão quente ser nos amolece, brilhava. E nesse domingo ia ser para todos.

Almirante Cascavel e Loverdose dirigiam-se de forma lenta e demorada para o recinto, cumprimentando pelo caminho os habitués, qual casal techno-socialite da Reboleira. Tomados os Somersby's da moda e feitos os moves de dança nova iorquinos, chegava a hora da bola.

Portugal ia defrontar a França na sua casa e convenhamos, não era o favorito. Nem os especialistas, nem as casas de apostas, nem os franceses, nem a vizinha da minha avó (sempre muito crítica, desde o Eusébio em 66') acreditavam no nosso sucesso.

Mas a coisa lá foi indo. Aos poucos, devagarinho, como as formiguinhas a levarem comida para casa. Ao mesmo tempo, Josh Wink debitava a sua habitual pirotecnia de ofuscantes basslines, ritmadas e vivas quebras, fortes e quentes passagens.

Almirante já não sabia bem para que lado se virar. Ora dançava, ora se assustava com mais um ataque francês. Sentava-se, levantava-se, ia ao WC, suspirava, virava a cara à televisão. E depois dançava de novo. Vai pra'qui uma açorda, pensou ao intervalo.

109 minutos. Aquele fatídico minuto em que Éder gelou Paris e fez regressar àquela inesquecível noite, o sol que mais cedo nos tinha feito dançar e dançar. Os saltos de Almirante levaram-no euforicamente até ao palco onde Josh Wink tocava e que para ele olhou, divertido e equivocado. Gusta-vo subiu também ao palco explicando a Wink que Éder - oh Éder - havia feito história. Daquela mesmo a sério, como quando nos metíamos em barcos e enchíamos os cofres da pátria.

A música parou por uns segundos. Josh Wink levantou o cachecol que usou ao pescoço durante todo o set, celebrando com Portugal, o feito digno de registo.

Logo de seguida, qual Professor Chibanga dos States, e uns cinco minutos antes do jogo terminar, Wink passa a intemporal música de Freddy Mercury, We Are The Champions (DJ que é DJ tem esta malha no PC para qualquer eventualidade).

"Agora temos mesmo que ganhar, já deu o We Are The Champions, fudeu.." pensou o Almirante.

E pensou bem.

Fomos campeões com as letras todas. E por um momento, Paris foi nossa.

<3