Monday, December 15, 2014
Dancefloor - As Regras de Etiqueta
Olá!
Bem sei que estivemos algum tempo fora de combate - em termos literários - no entanto, regressamos hoje, para agitar as vossas mentes e reflectir sobre alguns dos fenómenos que habitam a nossa dance scene.
O nosso objectivo com este post não é de todo, criticar ou julgar esta ou aquela atitude. Contudo e tendo em conta a frequência com que a demência na sua forma temporária assalta a mente de alguns ravers, achámos importante enumerar alguns comportamentos que são recorrentes e que sendo corrigidos e/ou mitigados, conduzirão a um ambiente mais ameno na pista e mais "clubber friendly". Para tal e numa óptica de simplificação, vamos estereotipar os ditos comportamentos, enumerando hoje, três deles:
- The Talking Head: não é à toa que este foi o primeiro estereotipo escolhido. É muito provavelmente, aquele que cria mais clivagens em pista e que torna prazerosos momentos, em verdadeiros pesadelos. O raver, a dada altura, é acometido com uma imparável e incontornável vontade de falar. Sobre a sua vida, sobre o ambiente da festa, sobre o seu trabalho ou simplesmente sobre o piriquito da vizinha que canta todos os dias às sete e meia. O conselho que podemos deixar a todos aqueles que são mais reservados/calados é que ser simpático não adianta. Tentar fazer entender de forma subliminar que o Talking Head está a incomodar, normalmente também não chega (depois de um olhar cansado por parte da vítima, o Talking Head ainda pergunta se está a chatear). A solução passa portanto, por dizer abertamente à outra pessoa que não está em condições de comunicar com ninguém, sendo que, por vezes é necessário repetir a frase duas ou três vezes, correndo a vítima o risco de ofender o Talking Head. Em último caso e se estiver acompanhado por amigos, solicite a ajuda dos mesmos. Por vezes e em casos mais extremos não há forma de impedir o Talking Head da sua demanda e será mesmo obrigado a ouvir a história até ao fim.
- The Touching Maniac: devido à forte concentração de pessoas numa pista, o toque entre pessoas torna-se inevitável. É um facto aceite pela maior parte dos ravers e dependendo do seu nível de paciência é geralmente bem aceite, desde que se verifique que tenha sido sem querer ou que o nível de alteração mental o justifique. No entanto, tal como a incontrolável vontade de falar assalta alguns ravers, também a vontade de tocar consegue ser incontornável. Quem nunca recebeu um caloroso abraço cheio de suor, vindo de um fétido corpo a destilar cinco substâncias diferentes? Tal como no estereotipo anterior, a simpatia normalmente não funciona. Nesse sentido, vimos por este meio solicitar aos diferentes espaços de divertimento nocturno, a instalação de sistemas de refrigeração mais eficazes. Por outro lado, sugerimos às vitimas desta regular sociopatia, que utilizem a sinceridade como arma de arremesso: "Estás um pouco suado. Desculpa, mas faz-me impressão." Normalmente, o Touching Maniac imediatamente pede desculpa e fica constrangido, sendo que aconselhamos um toque no ombro do mesmo com a mão e dizendo "Está tudo bem. Faz-me impressão, é só isso." Se mesmo assim não funcionar, solicite a ajuda de um amigo ou familiar, em último caso, chame as autoridades ao local (112, chamada grátis).
- The Cheesy Bread: a ideia que temos de algumas culturas tribais, é frequentemente, a imagem de um homem mais velho, semi-nu, com missangas um pouco por todo a corpo, fumo à sua volta e palrando indecifráveis palavras para todos os que o ouvem. A única diferença para uma pista de dança é a idade do homem, eventualmente a não existência de missangas e o facto de ninguém o querer ouvir. Este estereotipo irá de forma puramente aleatória, abordar quem o rodeia, com enigmáticas frases e charadas, dignas de um livro de Stephen King:
- "Não vás pela casa de banho, o ar condicionado deu à luz"
- "Estive em Tokyo, mas não vi o hotel" (possível alusão à banda emo, Tokyo Hotel)
- "As avestruzes nas minhas calças. Pregos e.. ayahtollahs de saias. Ai que isto vai parar!"
A lista continua e vós próprios, terão certamente sido brindados com pérolas de elevado pedigree. Neste caso específico, uma simples mudança de local resolve o problema. Habitualmente, o Cheesy Bread não tem capacidade de produzir este tipo de frases e ao mesmo tempo fazer-se deslocar para outro espaço. Ou se mexe, ou fala. Coordenar movimentos corporais com a fala, é para o Cheesy Bread, o equivalente a um aluno do oitavo ano projectar uma nave especial e enviá-la para Marte.
Esperamos assim, ter contribuído para festas mais saudáveis e higienicamente, mais prolíficas.
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Saturday, August 30, 2014
Boom Festival 2014
Olá! Sim, sobrevivemos ao Boom para contar a história. No entanto, não temos notícias muito animadoras. Das trezentas e vinte e quatro mil conversas que tivemos com nómadas, coelhos sem cartola e hippies de algibeira, conseguimos gravar apenas uma. Ironicamente, com a única pessoa que não achou piada ao Boom! Sim, a personagem existe e nós conseguimos - por acidente - o exclusivo.
Entre a casa da árvore e a pizzaria, lá descansava ele, absorto nos seus pensamentos:
Entrevistador: Olá, pareces um pouco abatido.
Não-Boomer: Eh pa, já viste o filha da puta do calor que está?
Entrevistador: Sim, está calor é um facto. Mas podes sempre ir até ao lago refrescar-te.
Não-Boomer: Mano, acabei de ir lá, vi mais bacanos com o badalo a dar a dar, do que sinos da igreja a tocar no aniversário do Mosteiro dos Jerónimos.
Entrevistador: Mas tens alguma coisa contra o nudismo?
Não-Boomer: Tenho a favor, mas acordar de manhã para dar um mergulho e dares de caras com uma imitação do John Lenon e da Yoko Ono em semana de núpcias todos nus... é uma beka marado.
Entrevistador: Ok, o que é que te trouxe cá?
Não-Boomer: Um Opel Corsa.
Entrevistador: Não.. Qual o motivo de teres vindo a este festival?
Não-Boomer: Vim com o pessoal. A ideia de irmos daqui directos para o Neopop agrada-me.
Entrevistador: Directo como assim?
Não-Boomer: Direto meu! Jarda é jarda!
Entrevistador: Muito bem. Como classificas o ambiente deste festival?
Não-Boomer: Tranquilo. Tranquilo de mais até se queres saber. Ainda não vi um mitra digno de seu nome.
Entrevistador: E isso é mau?
Não-Boomer: Claro que sim. Festa que é festa tem que ter máfia.
Entrevistador: Ok. Mas noto-te um pouco descontextualizado, ou seja, a ideia de partilha, união e amor, não parece ter-te contagiado.
Não-Boomer: Companheiro: dormir que é bom tá quieto. Estou a transpirar por sítios do meu corpo que eu nem sabia que tinham um buraco. Vou à pista, vejo metade das pessoas a dançar efusivamente e fortemente... fora do compasso. Só há cerveja em lata. Tenho que andar trinta minutos até à puta da tenda. Ah e aparentemente sou o único gajo desta cena que não meteu um ácido.
Entrevistador: Ok.. Mas decerto já te aconteceu algo positivo entretanto?
Não-Boomer: Sim, hoje toca aí Extrawelt, finalmente vou ouvir música.
Entrevistador: Não gostas de trance?
Não-Boomer: Mano, um festival que tem como um dos cabeças de cartaz um bacano que é detetive de animais num filme com o Jim Carrey.. Acho que tá falado.
Entrevistador: Já conheceste pessoas de outros países?
Não-Boomer: Pensei que fosses francês, com esses maneirismos todos.
Entrevistador: Ok, sem ser eu, alguém?
Não-Boomer: Ya falei ali com um sócio há pouco. Saiu-se com uma fixe.
Entrevistador: Como assim?
Não-Boomer: Olhou para mim com um ar bué profundo e disse: "My friend, we will always be made of darkness and light, fear and courage, dreams and nightmares and nonetheless, love and hate. The way we choose to amplify these feelings in our daily lives, dictates how often we will walk, on the wild side"
Entrevistador: Parece interessante sim. Era de que país?
Não-Boomer: Ele disse que era turco, mas já vi um sócio parecido lá no snooker do Cacém. Tou na dúvida.
Entrevistador: Repara ali. Há um neon que diz "We are love" Parece-te fixe?
Não-Boomer: Só quando estiver aceso à noite é que te posso dizer.
Entrevistador: Certo, mas a frase em si, achas que faz sentido?
Não-Boomer: Não me identifico com a cena sócio. Não tou a sentir love nenhum, nem feeling nenhum, nem experiência mega beca beca que me eleva a um estado gasoso da cona da mãe a sete. Desculpa lá a frontalidade, mas é mesmo assim.
Entrevistador: Acho estranho seres a única pessoa que não se sente contagiada com este ambiente único.
Não-Boomer: Já somos dois, mas é na boa. Aprendi a dançar trance hoje de manhã e tudo.
Entrevistador: E que tal?
Não-Boomer: O bassline é sempre igual, portanto, tranquilo.
Entrevistador: Dançaste com alguma rapariga?
Não-Boomer: Sim, foi uma miuda que me ensinou uns moves.
Entrevistador: E nem nesse momento, sentiste o espírito do 'love' que te falava?
Não-Boomer: Nepia, senti mesmo vontade de lhe dar uns beijinhos. Assim fiz.
Entrevistador: Então, dar uns beijinhos é 'love'.
Não-Boomer: Só se for na tua terra primo.
Entrevistador: Para finalizar, vais voltar?
Não-Boomer: Vai-te embora azar.
Monday, July 21, 2014
Sunset - Waikiki
Em dia metereologicamente incerto, Almirante Cascavel, Loverdose, Chanelle e Smiling Key acharam por bem ir até à praia. Em grande estilo, um veículo 100% elétrico conduziu-os até à praia da Sereia, tendo sido assim reduzida, a pegada de CO2 destas quatro personagens, de forma significativa. Em troca, a organização do evento ofereceu-lhes algumas unidades de Sunlover (citando um amigo "confirma-se, queima mesmo por dentro").
O sol achou por bem dar um ar da sua graça e aquando do início da festa, brilhava intensamente, deixando assim os veraneantes dar um ar da sua graça.
Na festa foram encontradas várias caras conhecidas, desde apresentadoras de televisão, passando por bodybuilders e até um encantador de caracóis (?!) que teimava misteriosamente em não abandonar a zona dos WC's.
A cargo da cabine, Ali G e o Senhor Que Toca Sempre No Fim deram conta do recado, animando uma pista bem disposta, eclética, divertida e em parte, bastante musculada. O indíce de t-shirts em manga cava era efetivamente elevado e segundo alguns reports recolhidos no local, ao que parece, é habitual encontrar este tipo de fauna em sunsets. Vamos assim, adicionar mais um termo ao nosso vasto glossário, designando este fenómeno como, The Muscle Empire.
De realçar também a presença de uma glória da noite lisboeta: Super After. Esta encantadora personagem ganhou a sua alcunha por em determinada manhã, ter conseguido em apenas duas horas, mudar o pneu a um carro, encontrar cabos de bateria para recarregar um segundo carro, levar um pastel de nata a uma amiga, comprar uma t-shirt na HM e conseguir ainda (uff...) chegar a horas de fechar a pista do Europa. Fazendo jus ao seu nome, neste sunset, conseguiu não só, levar areia para casa, comprar duas coca colas, fazer a sua dança da chuva, ir ainda a outra praia - antes e depois do sunset - e ao que se sabe, pela noite, foi ainda fazer babysitting (ou babesitting, não percebemos bem).
Num fenómeno cósmico de alta intensidade, Almirante Cascavel e Loverdose presenciaram mais uma vez, um alinhamento astral que acabou por provocar um momento significativo:
- sentados em belas cadeiras de praia, os dois observavam o pôr do sol; três minutos volvidos, um drone com uma câmera, levitava a cerca de três metros da cabeça dos dois. Avançou perigosamente alguns metros, ficando a pairar sobre as duas personagens, seguindo depois a respetiva viagem
A viagem de regresso, correu de acordo com os preceitos delineados (num inédito registo, o Almirante Cascavel bebeu apenas Coca Cola) tendo havido apenas, alguma celeuma no que diz respeito à escolha da estação de rádio. Loverdose e Smiling Key, concluiram ambas com elevada sapiência, que a Oxigénio e a Radar só dão músicas boas a determinadas horas, rematando o Almirante Cascavel o assunto da seguinte forma: "Como qualquer rádio...".
PS: Este fim-de-semana, Lisboa literalmente EXPLODE! Começamos as hostilidades na Sexta-Feira no Opart, que recebe Matador (presença garantida do trio Odemira neste evento, a saber, Almirante Cascavel, Iglesias do Techno e General Wireless). Sábado é dia de ir até ao Clube Ferroviário, que pela mão da Flow Records, recebe Sebo K da Mobilee, Jorge Caiado e uma pessoa especial para o blog, our dearest Johan :)
Alternativamente, Montemor recebe Caos no Pátio com Jiggy, Gilvaia, João Cruz, Joshmo e Lawrence.
Be there or be squared!
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Tuesday, July 1, 2014
Eufemismos
Estivemos quase um mês inactivos! Entre trabalho, amor, Sonares e outros malabarismos, o tempo para a escrita tem sido pouco. No entanto, prometemos regressar com a regularidade habitual, sendo que, os calores do Verão dificultam a coisa.
De qualquer forma e para esta semana, o nosso já famoso centro de estudos e pesquisa sociológica, fez um estudo, no qual analisou as expressões mais utilizadas pelo universo clubber/raver durante os dias da semana. Vem assim, por este meio sugerir, expressões que podem substituir no dia-a-dia e que suavizam os problemas que de uma forma ou de outra, fazem parte da nossa vida.
Estou teso: estou com um problema temporário de ‘cash flow’
A minha namorada meteu-me os cornos: Existe uma pequena situação de natureza bovina no meu seio familiar.
O meu chefe odeia-me: O meu superior hierárquico, tem uma opinião da minha pessoa, relativamente incipiente.
A minha mãe é uma chata do c****: a minha progenitora tem um espírito bastante interventivo, no que diz respeito à interacção com alguns dos meus comportamentos.
O meu namorado é psycho: Ele é o amor da minha vida. Só que de vez em quando tem ciúmes da minha tia-avó.
Fiquei desempregado: Decidi que era tempo de fazer uma pausa e olhar para o mercado de trabalho a partir de outro ângulo.
Cheguei a casa, apanhei o meu marido na cama com outra: O meu marido hoje explicou-me que aderiu a uma nova crença, que consiste na descoberta espiritual de outras pessoas – a minha empregada para o caso – a partir de um elemento rectangular: a nossa cama.
P*** que pariu a minha sogra: a mãe da minha esposa reúne um conjunto de particularidades, dignas de um filme argelino de série B.
Acho que o meu namorado me anda a trair: Começo a achar estranho, a forma entusiasmante e confusamente distraída, como o meu companheiro se refere à minha amiga Teresa.
Amo-te tanto: Sempre que te vejo, uma louca e ao mesmo tempo serena sensação, apodera-se fulgurantemente de mim.
Cala-te c*****: Sugiro vivamente, que interrompa por breves momentos, a verborreia que habitualmente o caracteriza.
Fdx.. grandes mamas: A forma como aqueles seios se desenham e enquadram no quotidiano, mereciam uma profunda reflexão, do ponto de vista anatómico-social.
O Sporting perdeu: citando Hegel e Marx.. “A história repete-se pelo menos duas vezes. A primeira como tragédia, a segunda como farsa.”
Nada corre como eu quero: Estou com algumas dificuldades, respeitantes à forma como o universo tem delineado os eventos mais significativos da minha vida.
Todos os dias passo fome: Encontro-me diariamente numa situação, em que o meu cérebro insiste de forma vincada, na forma como os nutrientes se distribuem pelo meu organismo.
Não sei o que fazer à minha filha: O facto de ver um rapaz diferente todas as semanas em minha casa começa a causar-me um transtorno, difícil de gerir.
Fdx.. que otário: A forma arcaica, rocambolesca e em certa medida patética, como aquela pessoa se comporta, remete o meu pensamento, para uma dimensão aturdida. Faz-me também pensar, que deve existir uma força sobrenatural, que dá oportunidade a esta rara estirpe, de se reproduzir indefinidamente.
PS: Este fim-de-semana, Lisboa explode! O caro leitor/a pode dirigir-se no sábado à já famosa festa da Musikall no Myriad da Expo (Ian Pooley, Ralf Kollman e Tozé Diogo) ou alternativamente ao Le Chat para ver Julietta, Ze Salvador, João Maria e Jorge Caiado. Ambas à tarde, para mais uma daquelas maratonas.
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Thursday, June 5, 2014
2ª Festa MUTE com Jimpster - Party Review
Lisboa. Sempre romântica, sempre ecléctica, sempre nossa. A cidade que tem aquele sol de fim de tarde, que deixa abismados e assoberbados todos os que sabem que os dias nem sempre têm fim e as noites muito menos.
No último sábado, o Almirante Cascavel havia sido informado que o assombroso Iglesias do Techno estaria pela Rua das Flores a debitar os seus habituais decibéis. Pela mesma localização, estaria também o sempre determinado General Wireless. Ou seja, estavam reunidas as condições ideais para o já clássico baile, ficar armado.
E assim ficou. A MUTE não fez a coisa por menos e num belo palácio perto do Chiado, achou por bem convidar um tal de Jimpster para animar as hostes de ravers que decidiram de forma unânime, aderir ao já célebre fenómeno de Jet Lag Clubbing (serem 7 da tarde e parecer que já são 3 da manhã).
A festa então: o Almirante Cascavel, aparentemente ganhou super poderes. Foi-lhe solicitado por várias vezes, que tirasse fotografias a diferentes grupos de pessoas, que posavam alegremente para um qualquer telemóvel. Quando chegou ao terceiro pedido e contente que estava com esta sua nova função, uma voz atrás de si diz-lhe: “Almirante, estás a carregar no botão, mas acho que o telemóvel está desligado.” Não se descomprometeu e verificando que de facto nada aparecia no visor, manteve o sorriso, pedindo às pessoas que estavam nas pontas para se juntarem mais um pouco ao centro. Carregou depois no botão do telemóvel desligado várias vezes e entregou de volta o aparelho ao respectivo dono, que lhe agradeceu efusivamente o favor.
O Iglesias do Techno apareceu por diversas vezes nesta festa. Numa janela. Qual comendador de Bogotá, era vê-lo surgir e insurgir-se numa distante e alta janela do edifício. Por vezes sorrindo, outras vezes acompanhado. Conseguimos também vislumbrar uma versão semi-Carmen Miranda (abacaxi na cabeça). Definitivamente, estas festas da MUTE, têm um pendor literalmente frutífero (em várias dimensões, leia-se). Não sabemos se foi da altitude a que esteve sujeito ou se a dita janela lhe terá provocado algo menos bom, mas a verdade é que quando o nosso Iglesias se apresentou no piso térreo do edifício, o seu vítreo olhar, indicava um estado que só Iglesias do Techno consegue reproduzir: o modo Faca Afiada.
Um exemplo prático:
- Depois da festa, em pleno Cais Sodré, ele próprio, o Almirante Cascavel, o Cavilhas d’Alcântara (nova personagem a apresentar em breve) e outros transeuntes conversavam de forma amena. Nisto, uma jovem de cabelos loiros e pele ténue aproxima-se do Iglesias. Conversam por breves momentos, quando subitamente a mão da jovem entra em território perigoso. Subitamente de novo, a jovem dá dois passos em direcção ao Almirante Cascavel e o Iglesias do Techno afirma peremptório: “Olha.. agarra-te a isso!”
Houve ainda tempo para o Almirante Cascavel e o Iglesias do Techno combinarem entre si um código que originou um novo conceito: o Síndroma do Torresmo. Verifica-se sempre que o clubber se envolve com um elemento que a dada hora lhe pareceu interessante, mas que no dia seguinte e verificadas as fotos de Facebook, a mesma pessoa produz no clubber a seguinte reacção: “Fdx.. mas como é que andei a limpar isto ontem?!” (isto para quem se preocupa apenas com a beleza exterior).
PS: No próximo fim-de-semana, muito têm os nossos leitores com que se entreter. Na Sexta-Feira, para começar a noite, o Europa do Cais Sodré recebe Johan e John-e; mais tarde o Lux tem a visita de Rohdad e Recondite. Ainda na Sexta, aproveitamos para anunciar o ‘revival’ de um clássico em Lisboa: DJ Jiggy em modo after-hours (!!!) no Europa Sunrise. Imperdível.
Sábado, temos de novo Salão Elétrico com Nelson Lobo, John-e e Twofold (localização top na Marina da Expo) e para os lados de Coina, a Fuse celebra o seu terceiro aniversário com Yaya, Johan e outros.
Não se estraguem!
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Thursday, May 22, 2014
O Facebook visto do Futuro
O blog Beaten by Cables descobriu as viagens no tempo. Fomos até Lisboa. Corria o ano de 2145. Uma equipa de sociólogos descobre debaixo de um prédio um servidor do Facebook. Milhares de milhões de dados são analisados e chegam-se a múltiplas conclusões, que agora partilhamos convosco:
- algumas pessoas tinham uma vontade terrível de colocar um like num post de alguém, mas como não queriam ceder, não o faziam, nem sob tortura; contudo, mantinham a ligação virtual com essa mesma pessoa (?!)
- algumas pessoas perdiam mesmo a cabeça e eliminavam outras pessoas da sua lista de amigos; fazer uma limpeza ao Facebook tornou-se numa espécie de revitalização espiritual
- o Facebook estimulava a criatividade emocional: as pessoas faziam posts sobre a sua felicidade e/ou tristeza de forma subliminar, de maneira a que a sua lista de amigos, se interrogasse ligeiramente sobre o que raio se passava
- por vezes, a coisa ficava mesmo subliminar e o desabafo seguia via imagem abstracta
- existia também uma versão muito interessante, em formato de frase feita, do género: “Só faz falta quem cá está” com flores e ramalhetes de mau gosto a acompanhar a imagem
- o critério de adicionar amigos no Facebook era igualmente complexo, existindo uma diversidade imensa de perfis nesta área (adicionar só pessoas que conheciam bem, adicionar só pessoas que conheciam bem ou qualquer pessoa do género feminino, adicionar só pessoas que conheciam bem ou qualquer pessoa do género masculino, etc...)
- a gestão das imagens pessoais era também extraordinariamente complexa: enquanto antes se rasgavam fotos ou eliminava-se fisicamente parte das últimas, a prática a partir de dada altura, era aplicada da mesma forma com “um simples clique” (slogan bastante popular à época). Por outro lado, era também possível avaliar o grau de “rameirice” através da ousadia que determinadas fotos ofereciam
- a colocação de imagens de comida (já cozinhada) era igualmente,muito popular
- o mesmo se aplicava à localização geográfica (independentemente do seu grau de interesse; ex: “a sentir-se entusiasmado em - Café do Chico da Buraca”)
- os fenómenos desportivos eram alvo de superior atenção e escalpelização (?!)
- o sistema de likes, que aferia o grau de popularidade de determinado post, ajudava os utilizadores a irem melhorando a qualidade dos seus conteúdos
- bebés, crianças e animais, estavam no topo da lista em termos de likes
- a sociedade, a política, a filosofia, a psicologia, a literatura e outros temas idênticos, eram considerados temas aborrecidos e como tal estavam no fundo da lista em termos de likes
- os comentários nas páginas de Facebook da comunicação social eram muito populares também; por outro lado, conseguimos através desses espaços perceber, o baixo nível de QI de milhares de utilizadores da rede social
- algumas pessoas, em eterna negação, e com um registo de entradas bi-diárias no Facebook, continuavam a assegurar, que não ligavam àquilo. Ironicamente partilhavam a coisa no Facebook
- o chat estava dividido entre as pessoas com quem muito se falava e as com quem menos se falava (divididas por um pequeno tracejado na barra do chat); no caso de desgostos amorosos, encontrámos uma correlação interessante na passagem “daquela” pessoa da parte de cima para a parte de baixo do chat, coincidindo com o momento em que na vida real se dava efectivamente, menos importância à “tal” pessoa
- estavam também em voga os estilos de vida saudáveis, sendo partilhadas imagens de copos com uma mistela – de cor esverdeada normalmente - e as respectivas instruções para o mundo a partir daquele momento, ser melhor (e mais verde possivelmente)
- muitas pessoas acreditavam piamente que alguém em sofrimento no mundo, ia mesmo receber dois cêntimos por aquele post ser partilhado
- muitas outras acreditavam que mesmo que a história fosse real, os dois cêntimos iam adiantar fosse o que fosse
- os rumores patéticos eram igualmente populares: a mudança de cor do Facebook, o Facebook passar a ser pago ou até questões sobre a privacidade dos utilizadores eram temas tratados com seriedade e reverência em muitos perfis; as instruções para tal acontecer ou não acontecer, eram em muitos casos, seguidas à risca (e seguidos de um qualquer vírus também)
- esta época marcou também o início da encriptação amorosa: símbolos como <3 ou * começaram a fazer parte do quotidiano e a sintetizar ferozmente as relações em termos linguísticos (ou crípticos para o caso)
- o mesmo se passou com as expressões faciais em forma de texto: tudo começou com um simples :) ou :( evoluindo vertiginosamente para algo como xD, :3 ou o complexo >:O
- o mesmo aconteceu com a linguagem escrita: a título de exemplo, sabes passou a ser “sbs”, como é que é passou a "mékie" e a letra S foi lentamente substituída pelo X (goxto de ti, xei lá e por aí fora)
- aparentemente, os interesses pessoais de cada indivíduo, eram infindáveis: em média, cada utilizador de Facebook, gostava em 2014, de aproximadamente, 2.500 páginas distintas
- a dada altura, o Facebook introduziu uma função que permitia ao utilizador não só gostar do post, mas também dos comentários lá inseridos; ideal para as situações em que não se sabia o que responder, mas ficava mal não fazer like no comentário de dada pessoa. O equivalente social ao “fazer sala” da época, quando se visitava um amigo ou familiar, só porque tinha mesmo que ser
- a natureza dos convites para eventos foi igualmente adulterada: a regra social de ser convidado para dado evento, implicava agora custos substanciais, ou seja, era um convite, mas na verdade era uma forma encapotada de fazer negócio; por outro lado, dizer que "talvez" se ia a um evento era agora encarado de forma natural e não parecia mal
Citando uma frase anglo-saxónica daquele tempo: “We have come a long way, haven’t we?”
PS: Para o próximo fim-de-semana recomendamos: Iglesias do Techno em grande estilo no Bairrazza no Cais do Sodré; de seguida podem dar um pulo ao Lux para ver o grande Chez Damier; no dia seguinte o Europa Sunrise recebe uma festa da LX Music, onde poderão ver ao vivo e a cores, o talentoso, Troy Pierce. Não se estraguem!
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- algumas pessoas tinham uma vontade terrível de colocar um like num post de alguém, mas como não queriam ceder, não o faziam, nem sob tortura; contudo, mantinham a ligação virtual com essa mesma pessoa (?!)
- algumas pessoas perdiam mesmo a cabeça e eliminavam outras pessoas da sua lista de amigos; fazer uma limpeza ao Facebook tornou-se numa espécie de revitalização espiritual
- o Facebook estimulava a criatividade emocional: as pessoas faziam posts sobre a sua felicidade e/ou tristeza de forma subliminar, de maneira a que a sua lista de amigos, se interrogasse ligeiramente sobre o que raio se passava
- por vezes, a coisa ficava mesmo subliminar e o desabafo seguia via imagem abstracta
- existia também uma versão muito interessante, em formato de frase feita, do género: “Só faz falta quem cá está” com flores e ramalhetes de mau gosto a acompanhar a imagem
- o critério de adicionar amigos no Facebook era igualmente complexo, existindo uma diversidade imensa de perfis nesta área (adicionar só pessoas que conheciam bem, adicionar só pessoas que conheciam bem ou qualquer pessoa do género feminino, adicionar só pessoas que conheciam bem ou qualquer pessoa do género masculino, etc...)
- a gestão das imagens pessoais era também extraordinariamente complexa: enquanto antes se rasgavam fotos ou eliminava-se fisicamente parte das últimas, a prática a partir de dada altura, era aplicada da mesma forma com “um simples clique” (slogan bastante popular à época). Por outro lado, era também possível avaliar o grau de “rameirice” através da ousadia que determinadas fotos ofereciam
- a colocação de imagens de comida (já cozinhada) era igualmente,muito popular
- o mesmo se aplicava à localização geográfica (independentemente do seu grau de interesse; ex: “a sentir-se entusiasmado em - Café do Chico da Buraca”)
- os fenómenos desportivos eram alvo de superior atenção e escalpelização (?!)
- o sistema de likes, que aferia o grau de popularidade de determinado post, ajudava os utilizadores a irem melhorando a qualidade dos seus conteúdos
- bebés, crianças e animais, estavam no topo da lista em termos de likes
- a sociedade, a política, a filosofia, a psicologia, a literatura e outros temas idênticos, eram considerados temas aborrecidos e como tal estavam no fundo da lista em termos de likes
- os comentários nas páginas de Facebook da comunicação social eram muito populares também; por outro lado, conseguimos através desses espaços perceber, o baixo nível de QI de milhares de utilizadores da rede social
- algumas pessoas, em eterna negação, e com um registo de entradas bi-diárias no Facebook, continuavam a assegurar, que não ligavam àquilo. Ironicamente partilhavam a coisa no Facebook
- o chat estava dividido entre as pessoas com quem muito se falava e as com quem menos se falava (divididas por um pequeno tracejado na barra do chat); no caso de desgostos amorosos, encontrámos uma correlação interessante na passagem “daquela” pessoa da parte de cima para a parte de baixo do chat, coincidindo com o momento em que na vida real se dava efectivamente, menos importância à “tal” pessoa
- estavam também em voga os estilos de vida saudáveis, sendo partilhadas imagens de copos com uma mistela – de cor esverdeada normalmente - e as respectivas instruções para o mundo a partir daquele momento, ser melhor (e mais verde possivelmente)
- muitas pessoas acreditavam piamente que alguém em sofrimento no mundo, ia mesmo receber dois cêntimos por aquele post ser partilhado
- muitas outras acreditavam que mesmo que a história fosse real, os dois cêntimos iam adiantar fosse o que fosse
- os rumores patéticos eram igualmente populares: a mudança de cor do Facebook, o Facebook passar a ser pago ou até questões sobre a privacidade dos utilizadores eram temas tratados com seriedade e reverência em muitos perfis; as instruções para tal acontecer ou não acontecer, eram em muitos casos, seguidas à risca (e seguidos de um qualquer vírus também)
- esta época marcou também o início da encriptação amorosa: símbolos como <3 ou * começaram a fazer parte do quotidiano e a sintetizar ferozmente as relações em termos linguísticos (ou crípticos para o caso)
- o mesmo se passou com as expressões faciais em forma de texto: tudo começou com um simples :) ou :( evoluindo vertiginosamente para algo como xD, :3 ou o complexo >:O
- o mesmo aconteceu com a linguagem escrita: a título de exemplo, sabes passou a ser “sbs”, como é que é passou a "mékie" e a letra S foi lentamente substituída pelo X (goxto de ti, xei lá e por aí fora)
- aparentemente, os interesses pessoais de cada indivíduo, eram infindáveis: em média, cada utilizador de Facebook, gostava em 2014, de aproximadamente, 2.500 páginas distintas
- a dada altura, o Facebook introduziu uma função que permitia ao utilizador não só gostar do post, mas também dos comentários lá inseridos; ideal para as situações em que não se sabia o que responder, mas ficava mal não fazer like no comentário de dada pessoa. O equivalente social ao “fazer sala” da época, quando se visitava um amigo ou familiar, só porque tinha mesmo que ser
- a natureza dos convites para eventos foi igualmente adulterada: a regra social de ser convidado para dado evento, implicava agora custos substanciais, ou seja, era um convite, mas na verdade era uma forma encapotada de fazer negócio; por outro lado, dizer que "talvez" se ia a um evento era agora encarado de forma natural e não parecia mal
Citando uma frase anglo-saxónica daquele tempo: “We have come a long way, haven’t we?”
PS: Para o próximo fim-de-semana recomendamos: Iglesias do Techno em grande estilo no Bairrazza no Cais do Sodré; de seguida podem dar um pulo ao Lux para ver o grande Chez Damier; no dia seguinte o Europa Sunrise recebe uma festa da LX Music, onde poderão ver ao vivo e a cores, o talentoso, Troy Pierce. Não se estraguem!
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Tuesday, May 13, 2014
Another Weekend in Paradise
Sexta-Feira. A rua cor-de-rosa no Cais Sodré foi aos poucos se enchendo, para que magotes e magotes de gente pudessem agora desanuviar as vicissitudes da semana. O Almirante Cascavel e o Iglesias do Techno admiravam a forma como centenas e centenas de bolinhas de sabão, inundavam o Cais do Sodré. Sim, bolinhas de sabão.
Foram até ao Station, onde actuava de forma peremptória, a omnipresente Little Ninja (nova personagem). Esta DJ, toca com regularidade em Lisboa, num estilo muito próprio e com uma grande capacidade de adaptação no que diz respeito aos diferentes públicos, como foi possível verificar na Sexta-Feira, perante uma plateia quase corporate, que o Station oferecia. Citando a própria: “Little Ninja never sleeps”.
A dupla Almirante/Iglesias seguiu o seu rumo. Deram um lamiré de dança no Europa Cais Sodré, onde o grandioso Pirata de Alcagoitas debitava caóticas batidas, algures entre o minimal e o techno. De rompante e sem aviso, foram até ao Ministerium, onde os senhores do Neopop fizeram a sua festa de abertura. Paco Osuna largava bomba atrás de bomba, levando a memória do Almirante Cascavel para os trepidantes dias que o festival Neopop lhe havia oferecido no ano anterior (recomendamos vivamente aos nossos leitores, a visualização neste blog, do post em causa).
Mas Iglesias que é Iglesias, não faz a coisa por menos e despedaçar corações é o seu lema. Passado um pouco, Lux com eles, para ir tratar de uma situação de natureza amorosa. Como vão reparar, a história agora, irá saltar directamente para a parte matinal, ou seja, depois do Europa Sunrise fechar. Vamos aproveitar assim, para introduzir um novo conceito: o Timetravel Clubbing.
O Timetravel Clubbing acontece sempre que o clubber/raver por algum motivo, não consegue recordar-se de parte da sua noite. De acordo com a nossa pesquisa, a situação é não só abrangente, mas também recorrente. Normalmente o clubber/raver, depois de dançar várias horas seguidas, reflecte para si mesmo no final: “Fdx.. parece que foi só 5 minutos”. Apurámos também que foram inspiradas neste conceito, tecnologias de TV como o Timewarp da ZON (andar com a imagem 7 dias para trás no tempo) ou a RESTART TV (ver um programa de início que já tenha começado).
Fazendo então fast forward para o fim do Europa Sunrise, o Iglesias do Techno, extraordinariamente preocupado, comentou com o Almirante Cascavel:
Iglesias: Olha lá.. Tenho que estar às duas numa festa com crianças, para ir montar umas colunas. Em Cascais..
Almirante: Fdx.. Montar colunas? Com um calor destes?
Iglesias: Eh pa ya.. é os anos de uma amiga minha.
Almirante: Mas que idade é que ela tem?
Iglesias: 32.
Almirante: Então como é que é uma festa de crianças?
Iglesias: Fdx.. estão lá crianças, não estou a dizer que ela é criança.
Almirante: És mesmo complicadinho.
Sábado então. O Iglesias do Techno animava assim uma festa para os lados de Cascais e o Almirante Cascavel dirigia-se até à zona do Barreiro com alguns convivas para celebrar os anos de uma amiga. Vamos chamar-lhe De la Cruz. Várias situações a reportar neste aniversário:
- Descobrimos que o DJ Jiggy tem um grupo de groupies; nada de extraordinário, não fosse o tal grupo ser constituído exclusivamente por elementos do género masculino e apresentar-se como tal, junto de elementos do género feminino. Apresentam-se da seguinte forma: “Boa tarde, nós somos os groupies do Jiggy”
- O condutor de serviço, também conhecido por, O Pensador de Alverca, sempre que necessita de reabastecer o seu veículo numa estação de serviço, opta por encostar o seu veículo à faixa mais à direita, assim que vê o sinal na auto-estrada que indica uma distância de 10km da estação de serviço mais próxima
- O sapiente DJ Sony Vaio, definiu que de agora em diante, são apenas permitidos, um máximo de dois mitras atrás da cabine (não contando com o DJ); essa situação foi verificada no aniversário, tendo sido corrigida imediatamente
- Na sequência dessa interpelação, o Almirante Cascavel decidiu que dali em diante, sempre que se verificasse uma inconformidade em pista/cabine deveria ser proferida a seguinte frase: “Sony di Vaio é que sabe” (para quem não se lembra, a frase é em tudo idêntica a um célebre spot publicitário das pizzas Marco Bellini)
- Caracterizou-se também um estilo de techno que apenas alguns conseguem alcançar: a Technalia. Esta forma de techno, como foi referido anteriormente, está apenas ao alcance de alguns DJ’s em solo nacional, dos quais fazem parte, o cardeal patriarca do techno em Portugal, DJ Jiggy (que a propósito, derreteu por completo a pista do Faktory no último sábado)
- Por último, tempo ainda para introduzir um termo no já nosso extenso glossário: Gatência. Este termo visa classificar um elemento do género feminino, no que diz respeito à forma como os seus atributos físicos influenciam um elemento do género masculino. Na prática, pode utilizar-se uma expressão como: “Xavalo, ontem à noite apareceste no Lux com uma gatência.. sigura-te”
PS: Lisboa promete esta Sexta-Feira. O Jardim da Estrela, ao fim da tarde conta com as Chilly Fridays (Manu e Miguel Torga esta semana). Antes das hostilidades, temos Iglesias do Techno no Station e Pedro Zoy, no Europa do Cais do Sodré. De seguida, podem escolher entre Ricardo Villalobos no Ministerium ou Guy Gerber no Lux. Não esquecer ainda, domingo de manhã no Europa Sunrise, John-e convida Nelson Lobo para a cowboyada.
Foram até ao Station, onde actuava de forma peremptória, a omnipresente Little Ninja (nova personagem). Esta DJ, toca com regularidade em Lisboa, num estilo muito próprio e com uma grande capacidade de adaptação no que diz respeito aos diferentes públicos, como foi possível verificar na Sexta-Feira, perante uma plateia quase corporate, que o Station oferecia. Citando a própria: “Little Ninja never sleeps”.
A dupla Almirante/Iglesias seguiu o seu rumo. Deram um lamiré de dança no Europa Cais Sodré, onde o grandioso Pirata de Alcagoitas debitava caóticas batidas, algures entre o minimal e o techno. De rompante e sem aviso, foram até ao Ministerium, onde os senhores do Neopop fizeram a sua festa de abertura. Paco Osuna largava bomba atrás de bomba, levando a memória do Almirante Cascavel para os trepidantes dias que o festival Neopop lhe havia oferecido no ano anterior (recomendamos vivamente aos nossos leitores, a visualização neste blog, do post em causa).
Mas Iglesias que é Iglesias, não faz a coisa por menos e despedaçar corações é o seu lema. Passado um pouco, Lux com eles, para ir tratar de uma situação de natureza amorosa. Como vão reparar, a história agora, irá saltar directamente para a parte matinal, ou seja, depois do Europa Sunrise fechar. Vamos aproveitar assim, para introduzir um novo conceito: o Timetravel Clubbing.
O Timetravel Clubbing acontece sempre que o clubber/raver por algum motivo, não consegue recordar-se de parte da sua noite. De acordo com a nossa pesquisa, a situação é não só abrangente, mas também recorrente. Normalmente o clubber/raver, depois de dançar várias horas seguidas, reflecte para si mesmo no final: “Fdx.. parece que foi só 5 minutos”. Apurámos também que foram inspiradas neste conceito, tecnologias de TV como o Timewarp da ZON (andar com a imagem 7 dias para trás no tempo) ou a RESTART TV (ver um programa de início que já tenha começado).
Fazendo então fast forward para o fim do Europa Sunrise, o Iglesias do Techno, extraordinariamente preocupado, comentou com o Almirante Cascavel:
Iglesias: Olha lá.. Tenho que estar às duas numa festa com crianças, para ir montar umas colunas. Em Cascais..
Almirante: Fdx.. Montar colunas? Com um calor destes?
Iglesias: Eh pa ya.. é os anos de uma amiga minha.
Almirante: Mas que idade é que ela tem?
Iglesias: 32.
Almirante: Então como é que é uma festa de crianças?
Iglesias: Fdx.. estão lá crianças, não estou a dizer que ela é criança.
Almirante: És mesmo complicadinho.
Sábado então. O Iglesias do Techno animava assim uma festa para os lados de Cascais e o Almirante Cascavel dirigia-se até à zona do Barreiro com alguns convivas para celebrar os anos de uma amiga. Vamos chamar-lhe De la Cruz. Várias situações a reportar neste aniversário:
- Descobrimos que o DJ Jiggy tem um grupo de groupies; nada de extraordinário, não fosse o tal grupo ser constituído exclusivamente por elementos do género masculino e apresentar-se como tal, junto de elementos do género feminino. Apresentam-se da seguinte forma: “Boa tarde, nós somos os groupies do Jiggy”
- O condutor de serviço, também conhecido por, O Pensador de Alverca, sempre que necessita de reabastecer o seu veículo numa estação de serviço, opta por encostar o seu veículo à faixa mais à direita, assim que vê o sinal na auto-estrada que indica uma distância de 10km da estação de serviço mais próxima
- O sapiente DJ Sony Vaio, definiu que de agora em diante, são apenas permitidos, um máximo de dois mitras atrás da cabine (não contando com o DJ); essa situação foi verificada no aniversário, tendo sido corrigida imediatamente
- Na sequência dessa interpelação, o Almirante Cascavel decidiu que dali em diante, sempre que se verificasse uma inconformidade em pista/cabine deveria ser proferida a seguinte frase: “Sony di Vaio é que sabe” (para quem não se lembra, a frase é em tudo idêntica a um célebre spot publicitário das pizzas Marco Bellini)
- Caracterizou-se também um estilo de techno que apenas alguns conseguem alcançar: a Technalia. Esta forma de techno, como foi referido anteriormente, está apenas ao alcance de alguns DJ’s em solo nacional, dos quais fazem parte, o cardeal patriarca do techno em Portugal, DJ Jiggy (que a propósito, derreteu por completo a pista do Faktory no último sábado)
- Por último, tempo ainda para introduzir um termo no já nosso extenso glossário: Gatência. Este termo visa classificar um elemento do género feminino, no que diz respeito à forma como os seus atributos físicos influenciam um elemento do género masculino. Na prática, pode utilizar-se uma expressão como: “Xavalo, ontem à noite apareceste no Lux com uma gatência.. sigura-te”
PS: Lisboa promete esta Sexta-Feira. O Jardim da Estrela, ao fim da tarde conta com as Chilly Fridays (Manu e Miguel Torga esta semana). Antes das hostilidades, temos Iglesias do Techno no Station e Pedro Zoy, no Europa do Cais do Sodré. De seguida, podem escolher entre Ricardo Villalobos no Ministerium ou Guy Gerber no Lux. Não esquecer ainda, domingo de manhã no Europa Sunrise, John-e convida Nelson Lobo para a cowboyada.
Tuesday, April 29, 2014
A Revolução Clubber
Lisboa preparava-se para celebrar mais um ano em liberdade. Caminhos cortados, intermitentes luzes azuis e virtuais manobras militares, enchiam a cidade de atalhos pitorescos e ruas nunca dantes percorridas.
Um dia antes, o Almirante Cascavel discutia com o Conde de Forrobodó a possibilidade de fazer um hat-trick. Um pouco à semelhança dos fenómenos astrais - acontecimentos raros portanto - o hat-trick na gíria clubística, designa o processo através do qual, o clubber aproveita o facto de ser feriado a uma sexta, para sair três noites seguidas (quinta, sexta e sábado).
O Almirante Cascavel ficou na dúvida, ainda assim, a ideia ficou a ecoar no pensamento. Não mais de cinco minutos. Pensou então para si mesmo: vou fazer uma revolução clubber. Vamos assim descrever, como é que essa revolução decorreu, ao longo de três apoteóticos dias:
QUINTA-FEIRA 24/04
19:00 – Almirante Cascavel dirige-se até um apartamento na zona de Campo Ourique com o objectivo de beber um gin
21:30 – Acabou por beber quatro gins e ficar para jantar; juntaram-se mais alguns convivas à paródia. Houve tempo para escrever dois poemas e o Benfica vencer a Juventus em casa
23:00 – A animação não ficou por ali; começam a ser colocadas as primeiras músicas associadas à revolução clubber em curso e o site www.youtube.com é tomado de assalto
02:10 – Iglesias do Techno junta-se à comitiva
03:00 – Os primeiros elementos da revolução clubber em curso dão entrada no club Ministerium; à entrada fica estabelecido que quem quer fazer parte da revolução deve trocar um beijo na boca entre si. Um origami é entregue a um dos elementos da organização da festa, cujo nome de código era CONNEKT
07:10 - Depois de ouvir os DJ’s Gregor Tresher e Lewis Fautzi, a primeira das operações associadas à revolução clubber é considerada um sucesso absoluto. Qualidade musical surpreendente e é lançada a primeira pedra (lançamento literal) para uma nova forma de fazer chegar o Techno às diferentes franjas da sociedade
07:35 – Chegada dos elementos da revolução clubber ao Europa Sunrise
08:40 – Almirante Cascavel tira uma nota do bolso. Era de 1 dólar (?!)
09:15 – Iglesias do Techno encontra-se à porta do Europa Sunrise, de vodka laranja na mão, a efectuar uma reserva para um quarto duplo no médio Oriente, na língua inglesa. No processo é-lhe também solicitado o número do cartão de crédito e outros detalhes. Segundo apurámos, também essa operação foi concluída com sucesso
11:00 – Tempo para reunir de novo as tropas em casa da personagem Chanelle (está bem escrito, é mesmo Chanelle); importantes informações foram prestadas por esta personagem: a forma correcta de pronunciar Chocapic é na verdade Chokipic. Deve dizer-se “Conheces ele?” em lugar de “Conhece-lo?” e que qualquer teste de veracidade relativamente à genuinidade de uma marca de roupa, pode ser feito com um simples isqueiro; se o artigo em causa não começar a arder no espaço de cinco segundos, é porque é verdadeiro
14:25 – Personagem Super After define como música oficial da revolução clubber o tema Locomotion da artista Kylie Minogue; para o efeito, é desenhada de forma primordial, uma coreografia inimaginável em que três movimentos superiores com as mãos, culminam com um arrebatador movimento de cintura
16:30 – As tropas decidem dirigir-se até à festa com o nome de código Salão Elétrico
SEXTA – FEIRA 25/04
17:10 – Depois de uma atribulada viagem de táxi, um dos elementos é detido à porta da festa com uma bebida não autorizada pelos elementos anti-revolução. Depois de um pequeno esclarecimento, a entrada na festa é autorizada
19:00 – A dupla Iron&Garzia celebra o seu aniversário em plena comemoração revolucionária e brinda os presentes com um set à altura
21:45 – Almirante Cascavel começa a sentir os benéficos efeitos dos shots eléctricos e declara os últimos, como bebida oficial da revolução clubber
23:55 – O Lobo de Wall Street termina o seu set com uma das músicas da revolução original provocando um arrepio generalizado na população presente
00:40 – Chegada ao bar com o nome de código Bairrazza; baldes de cerveja são vendidos a 2 euros
01:50 – Chegada ao bar com o nome de código Liverpool; é simulado dentro desse bar o ambiente de um bar do fim dos anos 80, onde solitários homens de meia-idade batem com as mãos na mesa onde se sentam, tentando simular uma aparente sincronia com a música vigente
02:40 – Chegada ao bar com o nome de código Europa Cais Sodré; uma festa com o nome Revolusom decorria com Rita Zukt e Miguel Torga aos comandos da cabine. Foram avistados vários clubbers locais, a família Adams e um elemento estrangeiro tentando aprender a língua portuguesa
04:20 – Chegada ao club com o nome de código Lux; ouvidos cinco discos da célebre Anja Schneider, Ray Okpara brindou os presentes com apenas uma música nova. Foi declarada a sua expulsão imediata do país pela revolução clubber
08:00 – Chegada ao quartel-general da revolução clubber para efeitos de descanso
SÁBADO – 26/04
23:00 – Nova concentração no Terreiro do Paço para avaliar os efeitos práticos que a revolução clubber teve no país; é ingerido um whisky novo para o efeito
23:45 – Almirante Cascavel tira uma fotografia junto de uma chaimite original
00:45 – Por motivos de força maior, não podem ser aqui descritos os acontecimentos que decorreram nesta hora; adiantamos apenas que ficaram também lançadas as bases para que uma revolução de natureza amorosa possa eventualmente se desenrolar, na vida do Almirante Cascavel (este dado carece de validação)
03:30 – Chegada ao club com o nome de código Lux
04:00 – Os motivos de força maior relatados às 00:45 deste dia voltam a surpreender o Almirante Cascavel
07:00 – Lisboa dorme. Hat-trick completo e propósitos da revolução cumpridos de forma exemplar
Parece fácil. Mas não é.
PS: Mais um fim-de-semana! Desta feita começa já amanhã, Quarta-Feira, com Steve Bug, Audiofly, Jiggy e Gilvaia distribuídos pelas diferentes pistas do Main. Sexta-Feira, o Lux recebe Pachanga Boys e o Ministerium não fazendo a coisa por menos, acolhe Solomun. Sábado, a Musikall convida Simon Baker, Anthea e Mac Adhu para uma bela tarde num dos melhores spots de Lisboa, o deck do Myriad Hotel.
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Tuesday, April 22, 2014
1ª Festa MUTE @ Le Chat
Hoje inauguramos um novo formato de Party Report. Desta feita, será contado na primeira pessoa e por um elemento que faz parte do blog, mas que nem sempre, tem o devido destaque: Rashid do Deserto. Relembramos para quem não sabe, que Rashid do Deserto, é a peça que define em termos estratégicos, a forma como se desenrolam as operações no terreno, ditando assim, o sucesso e/ou insucesso de cada investida.
Leiam então a aventura do Rashid, no dia em que a Mute fez a sua primeira festa, no simpático Le Chat:
“Acordei mal amanhado. Tinha sonhado que era feriado e ia trabalhar. Felizmente, não passou de um pequeno susto. Era de facto feriado e não ia trabalhar. Tinha tirado um frango do campo do congelador na noite anterior. Combinei almoçar com o Almirante nesse dia. Como já sei o que é que a casa gasta, antes de me ir pôr a fazer o frango, liguei-lhe antes. Já tinha uma chamada não atendida do menino. Tipo, onze da manhã. Ligo-lhe de volta, conta-me uma grande história (what else?): que foi sair à noite, depois foi não sei onde, foi parar à casa não sei de quem, jogou três cartões de bingo no Panda, comeu um croissant de manteiga, um bolo na Praça do Chile, conheceu uma iraniana, comprou uma t-shirt a dizer “I Love Jamaica” e por aí fora.
As aventuras do Almirante, portanto. Conclusão da história: mais uma vez combinou almoço comigo antes de uma matiné, aparecer que é bom, temos pena. De qualquer forma e como gosto de ir bem apetrechado para estas coisas, não fiz a coisa por menos: limpei o frango do campo e uma garrafa de tinto. Pus-me a caminho.
Chegado ao recinto lá estava o Almirante nas suas movimentações habituais. Para ele não ter a mania que é esperto, parti-o logo todo: apareci-lhe com um cigarro electrónico. Ficou abismado. Parecia ele que estava perante a grande invenção do século XXI. A primeira pergunta que fez foi: é legal? Esclarecido que ficou sobre a matéria, deixei-o a chupar o cigarro e fui dar a minha volta. Em primeiro lugar, aquele Le Chat, de “chat” não tem nada. Vista brutal e com o solzinho que se pôs naquela tarde, melhor só mesmo na farmácia. Quando olho de novo para o recinto vejo o Iglesias a meter som.
Aproximo-me um pouco e deparo-me com uma frontline Winter Music Conference style. Desculpem lá a expressão, mas fazendo a analogia com o mundo automóvel, não havia ali nada, de Série 3 para baixo. Citando o General Wireless: “Sigura-te à borracha!” Tal foi a minha distracção com aquele “parque automóvel”, que de repente, já não sabia do telemóvel. Peço o do Almirante emprestado para ligar para o meu, grupo. Desligado. Trabalhinho a uma hora daquelas. Começo a andar, vejo uma bateria no chão. Uns metros à frente, o resto do telemóvel. Imaculado. Uma rapariga olha para mim e diz: “Tiveste sorte.” Larguei-lhe grande dica cinematográfica: “Às sextas, normalmente a sorte não me falha” ao que ela respondeu, “Combinamos para sábado nesse caso.”
Reparei também na grande popularidade que a fruta proporcionou junto da mesa do DJ, em particular, os morangos que desapareceram num ápice! Ah, o ananás também! Pareciam castanhas em dia de São Martinho.
Notas finais:
- as porteiras, cujo nomes desconheço, dão 10-0 a 85% da população feminina nocturna que conheço
- o tal Iglesias do Techno, partiu mesmo a loiça toda (opinião unânime recolhida no Estado Líquido, no Lux e no Europa)
- cuidado com o que colocam nas bebidas, não me lembro de uma parte substancial da noite
- façam como eu e comam um frango do campo antes de irem para as matinés, não tive fome a tarde/noite toda"
PS: No próximo fim-de-semana, que será também mais longo, têm muito com que se entreter, a saber:
- Quinta-Feira a Connekt faz a sua 1ª festa no Ministerium convidando para a efeméride, Gregor Tresher
- Sexta-Feira celebram-se 40 anos em liberdade para os lados de Alcântara, com mais um Salão Elétrico no Faktory
- Sábado, o mesmo Faktory recebe na cabine, DJ Vibe, Magazino e Ari
Não se percam!
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Wednesday, April 16, 2014
Sven Vath @ Lux 2014
Antes de iniciar o party report propriamente dito, é impressão nossa, ou Lisboa nos últimos meses – no que diz respeito à música electrónica – vive tempos inigualáveis? Cremos que sim e ainda bem que andamos cá para contar a história.
Para não variar e contra todos os procedimentos recomendados, o Almirante Cascavel havia iniciado actividades de guerrilha, um dia antes. Saiu – como sempre – só para beber um copo.
Aproveitamos para introduzir desde já, mais um conceito ao universo clubber/raver. Vamos designá-lo por DASSE (dissonância antropomórfica sobre saídas eclécticas): acontece sempre que o clubber sai de casa só para beber um copo, mas pelo sim, pelo não, leva consigo o carregador do telemóvel no bolso, para o caso de permanecer demasiado tempo fora de casa. A esta incongruência mental, chamaremos então, DASSE.
Cumpridos os intentos da primeira noite (com Maya Jane Coles no Lux), a segunda noite iniciou-se para os lados de Benfica, onde se recebeu com a devida pompa e circunstância, a chegada de um jovem que anda lá fora a lutar pela vida (assim diz ele pelo menos). Sem saber bem como, o Almirante Cascavel saiu da casa em Benfica com cerca de dez pessoas e chegou ao Lux sozinho. Business as usual. No Lux claro está, encontrou meia Lisboa. E parte do Porto já agora. Não é todos os dias que o papa Sven se desloca ao nosso belo país, justificando-se assim, a multiplicidade de aves raras encontradas no recinto.
Uma dessas aves raras abordou o assombroso Iglesias do Techno com uma dúvida existencial:
Ave rara: Eh pa.. ela.. tira-me do sério..
Iglesias: Dá-lhe gás! Estás à espera do quê?
Ave rara: Não sei..
Iglesias: Não sabes o quê? Se gostas dela?
Ave rara: Gostar, gosto, mas…
Iglesias: Então 50% já está feito!
Ave rara: Como assim?
Iglesias: Já só falta ela querer! (os outros 50%) E despacha-te que não tarda muito gosto eu dela também. Não te esqueças amigo: “Camarão que dorme.. a onda leva!”
Não sabemos se a ave em questão cumpriu a missão, mas é sempre de louvar o pragmatismo Iglesiano nestas matérias. Pragmatismo esse, que foi aplicado pelo Iglesias junto de uma jovem, que claramente, não sabia onde se estava a meter. Depois de uma hipnótica dança com o Iglesias, este reparou que afinal de contas, a jovem em questão tinha namorado. Um pouco confuso com a situação, concluiu para si próprio: “Atrás está ocupado, mas à frente ainda cabe gente”. Iglesias, um marco na interacção com o género feminino e nas sábias conclusões filosóficas que o caracterizam.
Depois do papa Sven partir o Lux ao meio, as hostilidades continuaram no Europa onde se cruzaram as diferentes tribos locais e onde houve ainda tempo para o Almirante Cascavel, salvar – in extremis! – um amigo de ser expulso do dito espaço, por ter de forma inadvertida, entrado no WC das meninas e por ter sido extraordinariamente difícil, convencer o segurança que por ali passava, que de facto foi um mero engano e não outra coisa qualquer (supomos que o olhar vítreo e distante da pessoa em causa não ajudaram muito).
O remate final de sábado (sim, já estamos em sábado à noite neste ponto), veio de um interessante olhar, que o Almirante Cascavel de forma inesperada, acabou por conhecer (vamos chamar esta nova personagem de Dazzling Shades): “Se meto isso, tenho medo de adormecer”. Não, não era um soporífero. Pelo contrário.
Uma nota rápida para o nosso General Wireless: ficam os fãs desta personagem a saber, que nas últimas semanas, o nosso General introduziu nas suas tardes de sábado e domingo um novo conceito. Designa-se por “After Emergency Call”. Idêntico ao “Booty Call” que ocorre normalmente durante a semana pela noite, esta variante sucede normalmente entre as 13 e as 14h de sábado e visa uma jovem que esteja disposta a praticar o amor com o General, depois de uma noite/manhã/tarde de dança. General Wireless, sempre a inovar, em nome da interacção sexual.
Na próxima Sexta-Feira (que de santa tem pouca), múltiplos programas à disposição do clubber, a saber:
- 1ª festa da Mute (LX Music) no Le Chat com Marco Resmann e o talentoso Iglesias del Techno!!!
- Festa da bloop no Algarve na antiga Locomia (Le Club)
- Robert Hood pela noite, na sala de estar do blog (Lux)
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Wednesday, April 9, 2014
Aniversário Jiggy - Zero
A noite prometia. Celebravam-se os 41 anos de idade, de um marco da música electrónica em Portugal. Numa pesquisa no Google, o primeiro resultado para a palavra Jiggy é uma descrição do adjectivo na língua inglesa, que indica então, “uninhibited, especially in a sexual manner”. Sem terem combinado previamente, nessa mesma noite, os caminhos do Almirante Cascavel, General Wireless, Iglesias do Techno e Rashid do Deserto iam cruzar-se de forma significativa.
Começou tudo com uma ida do Almirante Cascavel e do Rashid do Deserto a uma conhecida casa de divertimento nocturno, que se caracterizava por ter uma decoração com vários sofás de tom vermelho, varões em inox e sumptuosas jovens que faziam subitamente, aumentar a temperatura na sala. Alguns whiskies depois, decidiram seguir viagem até ao Zero. A meio do caminho houve ainda tempo, para o Rashid do Deserto ter reparado que não tinha o telemóvel (implicou um regresso à casa de divertimento anteriormente citada) e que o veículo em que se deslocavam tinha um qualquer problema no sistema de refrigeração. Lá conseguiram chegar ao Zero!
Aquando da sua chegada ao Zero, o Iglesias do Techno, teve uma conversa interessante à entrada, com três indecisos cavalheiros:
Três indecisos: Boa noite amigo! Desculpe lá, posso fazer uma pergunta?
Iglesias: Sim, claro.
Três indecisos: Isto aqui é a entrada para a discoteca?
Iglesias: É, sim.
Três indecisos: Mas isto é que é o Main?
Iglesias: Não, isto é a entrada para o Zero.
Três indecisos: Ah, mas não é a mesma coisa?
Iglesias: Não,...aqui é o aniversário do Jiggy ali...ali é o Main...
Três indecisos: Bliggy? Ah, já sei.. isso é música ao vivo não é?
Iglesias: Bom.. Em certa medida, pode dizer-se que sim.
Três indecisos: Pois, eu acho que já vi isso uma vez em Loures.
Iglesias: Pois...vai na volta...
Três indecisos. Ok
Depois desta peripécia e com alguns minutos de distância, os quatro elementos do blog encontraram-se dentro do Zero. Nota de rodapé para o Almirante Cascavel que desta vez e depois de já se terem cruzado oito vezes, reconheceu à primeira, o bonito sorriso que verificava a guestlist (não só nesta festa, mas também noutros eventos) e que vamos então chamar a partir de agora de Smiling Key (mais uma personagem).
A festa então! Ambiente extraordinariamente animado, muitas caras conhecidas, qualidade musical absolutamente envolvente e progressivamente arrebatadora – que o homem melhora com a idade já não é novidade para ninguém – e ainda (e isto sim, é eventualmente o pormenor da noite) um fenómeno assinalável e que nem sempre se verifica, que vamos designar por “Global Dancefloor Kissing Mania”.
Este fenómeno verifica-se, a partir do momento em que mais de 70% das pessoas que compõem o frontline, trocam beijos na boca entre si. Não vamos entrar em grandes detalhes, adiantamos apenas, que segundo os cálculos do General Wireless, nesta festa, o valor atingiu os 86 pontos percentuais. Assinalável, de facto. Há que ter em conta que decorriam dois aniversários nesse espaço, sendo que, sentimentos como o afecto, a amizade e naturalmente alguma atracção de natureza física, invadiram o local com alguma profusão.
Outro nota de rodapé, para o DJ Sony Vaio, que manteve de forma absoluta, civilizada e cordial, as diferentes movimentações dentro da cabine.
Terminada a noite no Zero, houve ainda tempo para o Almirante Cascavel, conhecer de forma mais detalhada, uma personagem, que já era sua conhecida, mas que nesta noite, conseguiu aprofundar (no melhor dos sentidos): a Careless Jeans. Esta personagem caracteriza-se, por se apresentar de forma descontraída no que diz respeito à sua indumentária (segundo ela, independentemente das calças que leve vestidas, o nível de impacto é sempre o mesmo; o Almirante Cascavel confirma este dado). Ela e o Almirante Cascavel fizeram o famoso “morning 24 July city tour” que decorre como sabem, sensivelmente entre as 10h00 e as 12h30 e que compreende o seguinte roteiro:
- Procurar um local que venda tabaco (ao domingo está tudo fechado na zona)
- Procurar um local que venda cerveja (ao domingo está tudo fechado na zona)
- Ir a um espaço de divertimento matinal (decorria nesse dia o encerramento do mítico táfechado!, fechou mesmo pelos vistos)
- Verificar que não estão ali a fazer nada e tentar ir comprar tabaco novamente
- De caminho, comprar a famosa McBeer no McDonalds da Av. D. Carlos I
- Sentarem-se num banco ao sol, conversando sobre a vida, a noite, o dia, a tarde, a arte, as relações, as introspecções, os desafios e as incongruências de tudo e mais alguma coisa
- Ir para casa (cada um para a sua)
Para terminar, de referir a nossa preocupação com o último ponto referido neste tour, isto é, foi cada um para sua casa. Estaremos a observar uma inflexão no comportamento do Almirante Cascavel? Não percam a próxima aventura, a coisa promete.
PS: Para não variar, Lisboa vai de novo abaixo este fim-de-semana, a saber: já amanhã no Lux, Maya Jane Coles. Sexta-Feira, os ravers que se desdobrem, Sven Vath no Lux e Dubfire no Ministerium.
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Thursday, April 3, 2014
Aniversário Bloop - Gare Porto
Adivinha-se uma noite complicada. Há algum tempo que o
Almirante Cascavel não se deslocava à antiga, mui nobre, sempre leal e invicta,
Cidade do Porto. A logística agregada ao evento também prometia: party people
dentro de um autocarro numa viagem de quatro horas. O Almirante Cascavel não
sabia bem se havia de ficar mais preocupado com a viagem de ida ou com
a de volta. Iniciada a viagem, os ravers de serviço – e de forma imediata –
simularam o ambiente de um clube dentro do autocarro: na parte mais próxima do
motorista, existia uma pista de chill out mas virada para a conversa amena
(estilo copo de princípio de noite no Cais do Sodré) e na parte mais distante,
clubbing à séria.
A julgar pelos insistentes pedidos para o AC ser ligado,
julgo que se inaugurou nesta viagem, um novo conceito: The Boiler Bus. Corridas
as cortinas, as semelhanças com um Boiler Room são significativas. Sem entrar
em pormenores e de forma a se darem conta da intensidade do Boiler Bus, um
conhecido conviva, com um nickname de natureza literária, quando chegou ao destino,
dançou como se fosse passagem de ano (o conviva em questão é conhecido por ter
um perfil mais reservado em matéria de linguagem corporal).
O Gare então. A memória atraiçoava o Almirante Cascavel, mas
assim que viu a rua que conduzia ao mítico espaço, lembrou-se de uma longínqua
noite que tinha terminado em amena cavaqueira com maníacos do techno da Europa
central, que visitavam a cidade na altura. O túnel, como amavelmente lhe chamam
os seus habituais visitantes, tem de facto, uma aura qualquer, que os clubes
mais recentes não têm. Remete para outro tempo, outra altura, outro grito,
outro passo.
Divagações à parte, a festa foi intensa. Por motivos de força
maior, não podemos incluir aqui todos os pitorescos detalhes que a compuseram,
realçando-se então:
- a qualidade da fauna em termos gerais (cabine do DJ e
respectivas assistentes incluídas)
- a arquitectura do espaço (até hoje, questionamo-nos se o
chão é ou não a descer)
- a insistente tendência para os clubbers locais se
posicionarem no lado direito da pista perto da coluna (no Lux é a mesma coisa)
- o labiríntico backstage e respectivas conversações de
natureza cósmica
- independentemente da zona do país, um WC de uma festa de música
electrónica, será sempre um WC de uma festa de música electrónica
No regresso, conforme a previsão do Almirante Cascavel, outro
conceito se inaugurou: o After Bus. De salientar a paciência estóica do
condutor: música de baile o caminho todo, várias paragens para mudar o óleo à
transmissão, entre outras peripécias que fizeram parte desta
incomensuravelmente e excitante viagem, uma experiência a repetir.
PS: Lisboa vai de novo abaixo este fim-de-semana! A saber, Gui Boratto hoje no Lux, Surgeon no Ministerium amanhã e no sábado comemoram-se no Zero, as 41
bolachas do cardeal patriarca do techno em Portugal, the one and only, DJ
Jiggy!
Sigam as nossas aventuras através do Facebook em: Beaten by Cables
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Wednesday, March 26, 2014
7º Aniversário Bloop - Party Report
Depois de uma passagem que incluiu a visita a cinco zonas da cidade e troca de argumentos em italiano (!?), o Almirante Cascavel chegou à festa. Um antigo e belo edifício esperava-o. Subidos alguns lances de escadas, depara-se com a temível porteira da bloop. Depois de uma breve troca de olhares e de se descortinar a história narrada pelo Almirante, lá conseguiu entrar. Não vamos desta feita enaltecer a qualidade do som, ambiente e por aí fora, já sabem o que é que a casa gasta e ao que é que vão, como tal, vamos antes realçar alguns aspectos significativos desta retumbante festa:
- Até hoje, o Almirante Cascavel acredita piamente, que as
faixas que diziam ‘Beefeater’ na zona dos bares, eram uma referência ao General
Wireless e às suas recorrentes incursões junto do público feminino estrangeiro
- Fomos abordados por um número infindável de pessoas, que
pretendiam saber a identidade da Bo Derek; lamentamos, mas não vamos mesmo revelar. Podemos dar uma pequena pista, adiantando que não esteve presente neste evento. Ainda assim, parece que durante a festa, avistámos a sua sucessora(nada suplanta a Bo Derek, mas
na sua ausência, para algum lado temos que olhar); foi com agrado que vimos desfilando pela quente pista, uma atraente e sumptuosa
jovem. Apresentou-se em modo tigresse, dando à expressão ‘side boob’, um
significado, francamente, inovador. Não conhecemos a pessoa em questão, fica
aqui o registo feito para as próximas festas
- Ainda ninguém conseguiu convencer o Rashid do Deserto que
o senhor que cantou por breves momentos ao microfone não tinha tomado nada
- Não estamos totalmente convencidos que a lesão de um dos
DJ’s seja absolutamente verdadeira; segundo alguns elementos do blog é uma
forma fácil de atrair elementos do género feminino (aguardamos radiografias
para posterior confirmação)
- Por sua vez, a personagem Tomorrow Never Dies, dizia quer
no backstage, quer na pista, “Já não sei para que lado me hei-de virar”; o
Almirante aconselhou uma vista mar para a já supracitada menina “side boob”
arrumando por breves momentos, a desorientação do Tomorrow
- A Astonishing Kate apresentou-se desta feita, de cabelo
liso; saudamos desde já a mudança de visual, mas temos saudades da cartola com
o coelhinho
- Nem de propósito e não, não estamos a brincar, o Almirante
Cascavel a dada altura ficou afónico, ou seja, sem voz.. na Voz do Operário; até em questões de saúde, mantém a sua irónica (in)coerência
Aproveitamos também esta oportunidade para introduzir um
novo conceito no jargão nocturno: as festas satélite. Sempre que existe uma
matiné (da bloop normalmente), uma multiplicidade de outros eventos se
desenrolam à margem do evento principal. Normalmente no Kozee e/ou no Brownie,
sendo que, o Lobo de Wall Street, a dupla Iron&Garzia ou o internacionalmente conhecido DJ, Cake Eater de seu nome, fazem normalmente
parte destes andamentos. Sempre que virem uma referência a festas satélite, já
sabem do que se trata. Beaten by Cables, mais uma vez, um farol na teorização e
educação do fenómeno raver.
Para acompanharem as nossas aventuras, façam like na nossa
página de Facebook: Beaten by Cables
Thursday, March 20, 2014
A não saída
Uma bela sexta-feira à noite, o Almirante Cascavel, decidiu ficar em casa (!!!). Como tal, sábado de manhã acordou fresquinho e decidiu ir dar um passeio por Lisboa. Deparou-se com uma realidade diferente daquela a que está habituado e registou assim, de forma quase científica, esse belo sábado:
- - Um número
substancial de pessoas caminha pela rua ao sábado de manhã, aparentando terem
dormido a noite toda
- - Apresentam um ar
saudável e interagem uns com os outros de forma relaxada
- - Um número igualmente
grande de pessoas opta pela leitura; parece que existem publicações que resumem
tudo o que de significativo se passou durante a semana; decidi comprar uma,
verificando no momento, que o peso dessas publicações equivale, a mais ou
menos, meia caixa de Skip
- - Noutro local, verifiquei
que existem espaços – muito populares também – onde se vende peixe, fruta,
flores e artigos relacionados, com um alto índice de frescura; indagando junto
de um comerciante o motivo da popularidade destes espaços, foi-me explicado que
muitas pessoas preparam um almoço especial ao fim-de-semana. Fiquei absorto na
ideia de alguém almoçar ao fim-de-semana
- - Pela tarde,
dirige-me a outro local bastante em voga: um centro comercial. Para além de ver
milhares de pessoas a comer como se não houvesse amanhã, reparei ainda numa
versão mal amanhada de after de after em algumas lojas de roupa/calçado, onde a
música electrónica de mau gosto impera. Ainda assim, consegui dar um passo de
dança com uma das funcionárias
- - Dentro destes
centros comerciais, existem ainda, grandes salas com imensas cadeiras onde
podem ser visionados filmes com cerca de duas horas. Lembrei-me imediatamente
das ‘dark rooms’ do Berghain; questionando um casal que encontrei na entrada de
uma dessas salas, explicaram-me que o conceito não é tão abrangente, ou seja,
normalmente não envolve sexo propriamente dito, mas é utilizado em muitos casos
para dar uns beijinhos (logo vi)
- - Antes de sair do
centro comercial, vi um senhor com um turbante a cozinhar e um número
considerável de pessoas ouvindo o seu discurso com atenção (o sotaque era
peculiar); pelos vistos, a cozinha é um tema de facto popular aos
fins-de-semana
- - Perto do rio, fiquei
abismado com o autêntico ginásio a céu aberto que esta zona da cidade
proporciona; penso inclusive, ter visto um rapaz parecido com um cyborg: contei
pelo menos 6 gadgets visíveis. Interpelei-o, indagando-o sobre tal
parafernália, respondendo ele que as próprias sapatilhas emitiam informação
para o seu telemóvel, informação essa que posteriormente ia para a “Cloud” (?!)
e depois para as redes sociais. “Do Tejo para o Facebook” foi o slogan que me
ocorreu no momento
- - Atordoado com todas
estas novidades, fui para casa ler o tal semanário, onde verifiquei que o mundo
continua absorvido numa imensa perplexidade. Parei a meio, na medida em que já
estava a ficar deprimido. Liguei a televisão e reparei que na maior parte dos
filmes disponíveis ao fim-de-semana, os animais têm a capacidade de falar e dar
uma espécie de lição de moral no fim do filme. Era como se tivesse ido a uma
missa de forma encapotada
- - Depois de toda esta
aventura, alterei os meus planos (ficar em casa de novo) e fui sair à noite. Se
os sábados são assim, imagino os domingos!
Divorce - The Checklist
When you get divorced, things can get a little bit out of hand. Like
marriage was a life changing event, so will be divorce. Eventually, you are now
an adult and you will feel at some point, the freshness of youth pumping in
your veins again. Therefore, we have come up with a very useful list of things
you can do, when the day comes:
- Get a wild animal; not a dog, not a cat, not a fish. Maybe a snake, an
iguana or a bat
- Radically change your haircut
- Buy clothes one generation ahead of you
- Get drunk twice a week (or more if you can handle it)
- Practice unsafe sex
- Become a TV sports maniac and subscribe all the paid channels you can
imagine
- Same goes for porno TV channels
- Book vacations in places where you know things will happen (Ibiza,
Amsterdam, etc..)
- If your boss asks anything, just say you are getting divorced with
that stupid face people expect you to do
- Buy a motorcycle
- If you really need a girlfriend, get a foreign one
- Know by heart all the places in town where quality whisky is cheap
- Get a second cell phone (if you're getting divorced you probably have
one already)
- Make a divorce party that will make at least three of your friends to
file divorce as well
- If someone asks you your civil status, just say the one that suits
most the occasion
- Listen to annoying, repetitive music (as loud as possible)
While this list might appear as a very "I don't give a damn"
list, this is the way people will see you as a divorced person. Even if you
don't practice any of the ideas here displayed. So.. Just do it!
PS: Crazy weekend coming up in Lisbon! Strong chance that next week's post can be about.. you!
Monday, March 10, 2014
The Love Theory
Hi,
Today we have decided to make a new post in English; if you have any trouble with the language you can contact us, and get the Portuguese version of this text for a small amount of money (30.000€). Since all the members of this blog often have issues/situations/events on the love topic, many questions arise every week. The Admiral Rattlesnake wrote a text on this exciting topic and apparently come up with some answers:
Among all the crazy rides I've
been into this life, what disturbs me most, is not the time spent or the
disappointments I have found along the way, but my inability to understand a
simple but yet intricate network of feelings called love.
I know its a million dollar
question, notwithstanding, I never saw a millionaire saying he fully understood what
love was all about. If you think it over and despite the fact we talk about
love often, we cannot give a decisive, objective, academic explanation on the
topic. Not even doctors or uber psychology masters. Sure, they have an opinion
on it, but see, it will naturally differ from person to person.
I start even to think that all those
ancient treasures we hear about are much likely the
formula to eternal love or something alike. We spent, literally (!!!), a
lifetime in search of love. The time we don’t spent on it, is much likely, time
spent on healing from love. Yet, among all the expertise, science, technology
and human development we have achieved, no single answer can be conclusive.
Yet, love is there all the time,
waiting for us to unpuzzle it.
William S. Burroughs was known to be
extremely cold hearted. Even he, the man who shot his wife in the head,
stupidly playing the William Tell game with her, wrote this as his final words
before he died:
“There is no final enough of wisdom,
experience – any fucking thing. No Holy Grail, No Final Satori, no solution.
Just conflict.
Only thing that can resolve conflict
is love, like I felt for Fletch and Ruski, Spooner and Calico. Pure love. What
I feel for my cats past and present.
Love? What is it?
Most natural painkiller there is.
LOVE.”
Took him his whole life to
understand this, as he wrote it for the first time, three days before he passed
away. Why? Why is it that in order to love in all of our abilities, we have to
think, rethink, thing again and still, we might not come up with something
useful?
Simple. Because, to really feel love
you can’t do it on your own. Sure, you can love a deity, shit, you can even
love a rock for the matter, but the bottom line is you need to feel loved back.
Ah! And this is why no one can give you a simple, direct definition on the
subject.
Maybe, just maybe, this was the
reason why Bukowski wrote that you should “Find what you love and let it kill
you”, as once is found, the purpose of this whole hysteria we sink our lives
in, might just be that. To find love. And the road ends.
Wednesday, March 5, 2014
Bloop Sarau @ Fontoria - Party Report
Os Saraus da bloop confirmam-se efetivamente, como eventos em que este blog e os seus membros fazem questão de estar presentes. A multiplicidade de eventos dentro do próprio evento - qual Feira Popular com os seus diferentes espaços de entretenimento - tornam estas festas num lugar onde até o Tim Burton teria dificuldade em criar um dos seus fantasiosos mundos, tal é a viagem sensorial a que os visitantes são expostos.
O Almirante Cascavel e o Iglesias do Techno entraram juntos na festa. Tinham enviado há alguns minutos atrás, o General Wireless para efetuar um reconhecimento básico de terreno, sendo que, assim que chegaram, este já se encontrava em intensas manobras de aperfeiçoamento filosófico com uma jovem da qual não conseguimos apurar o nome. Assim que desceram os primeiros lances de escadas, o Almirante Cascavel olhou para o Iglesias do Techno e viu no seu olhar um misto de nostalgia e eventualmente alguma tristeza (ou saudade):
Almirante: Então, o que é que se passa?
Iglesias: Eh pa.. acho que foi neste corrimão..
Almirante: Sim..?
Iglesias: É que havia uma altura em que costumava vir aqui.. E conheci uma miúda chamada Joyce.
Almirante: Joyce?
Iglesias: Sim.. Joyce..
Almirante: Não me digas que te apaixonaste por uma stripper?
Iglesias: Ouve lá, até tu te apaixonavas, não estás bem a ver o pedaço de mau caminho que era aquilo.
Almirante: Ok.. anda lá vá.
Seguiram o seu caminho e o Iglesias parou de novo quando chegaram ao recinto propriamente dito. Veio à cabeça do Almirante a frase final do filme "O Gladiador" (what you do in life echoes in eternity) e comentou-a com o Iglesias em jeito de brincadeira, de modo a que ele saísse daquele modo nostálgico-parvo. O Iglesias respondeu-lhe: "Na minha relação com o Fontoria foi mais, What you do in life, echoes in your bank account." Riram-se os dois e chegados à pista deparam-se com uma verdadeira parada de estrelas noturnas: General Wireless, Cats, Bo Derek, Killer Shadow, Conde de Forrobodó, Tomorrow Never Dies (entrevista para breve com o último a propósito) o Senhor-Que-Toca-Sempre-No-Fim, The Astonishing Kate, Figs the Menace e ainda um maravilhoso conjunto de meninos e meninas de uma conhecida marca de bebidas, que tem animado ultimamente a noite lisboeta e que levam deste blog desde já, classificação máxima!
Mas o Iglesias voltava invariavelmente à depressão, apesar do animado ambiente e da música a condizer. O Almirante puxou dos galões e tentou arrumar a questão:
Almirante: Ouve lá, mas vieste para aqui pensar na vida ou dançar?
Iglesias: Isto é complicado para mim Almirante.. Não há Joyce, não há varão, não há a minha garrafa de Jack Daniels, não há a minha mesa.. isto está mudado.
Almirante: E se eu te disser que te arranjo isso tudo?
Iglesias: A sério?!
O Almirante piscou-lhe o olho e foi dar uma volta. E que volta! O calor intenso que se fazia sentir, tornava as deslocações dentro do recinto um pouco rebuscadas, mas por outro lado, trazia aos seus visitantes, ímpetos que só o calor pode trazer ao corpo humano e às suas excitantes partes. Foi então com pouco espanto que o Almirante Cascavel presenciou uma multiplicidade de eventos:
- numa das casas de banho, uma interessante jovem banhava alegremente o Conde de Forrobodó (apurámos mais tarde, que se tentava reproduzir naquela cena, um ritual de banhos da antiga civilização romana)
- um pouco depois, o Senhor-Que-Toca-Sempre-No-Fim surge de rompante numa parte da cabine, em tronco nú (desta feita reproduzindo um número recente da revista GQ)
- o sempre animado Tomorrow Never Dies recebe um convite tórrido para pernoitar fora de casa (reprodução na forma tentada, não sabemos se aceitou ou não o convite)
- Bo Derek - sempre fatal - a despachar categoricamente um cavalheiro que não tinha percebido que ainda tinha muito que andar até começar a pedalar (reprodução frustrada)
- dois jovens (identidade também por apurar), beijavam-se intensamente num dos sofás perto do WC, por baixo de um monte interminável de casacos; conseguia ver-se apenas um braço e parte de um pescoço. Julgamos que o padrão de um dos casacos que estavam no monte foi confundido com um edredon, daí o local escolhido para a troca de saliva (reprodução efetiva)
Perante este cenário, pensou o Almirante Cascavel: "Ainda está aquele gajo preocupado com o Fontória de antigamente." Quando voltou à pista, já estava o Iglesias executando a sua célebre dança de chuva, encantando e hipnotizando uma jovem de vestido preto.
Almirante: Então, ainda estás a pensar na Joyce?
Iglesias: Quem?!
Exactamente.
(Baseado em factos verídicos)
Tuesday, February 25, 2014
1º Aniversário Salão Elétrico - Party Report
Num fim-de-semana em que os diferentes elementos do blog se espalharam um pouco por todo o país, obtivemos em primeiríssima mão, todos os detalhes da festa em que se comemorou o aniversário do retumbante conceito Salão Elétrico. Antes de irmos à festa em epígrafe, uma pequena nota de rodapé para o fim-de-semana apoteótico que o General Wireless e a elegante Cats viveram (ou melhor, sobreviveram), pela antiga, mui nobre e sempre leal cidade Invicta, para ir ouvir o mestre da cosmética francesa.
Vamos lá então!
O sábado havia começado hesitante para o Almirante Cascavel. Assim que acordou, excitado com a ideia de ir bailar, o Iglesias do Techno entrou em contacto com o Almirante de forma a verificar se este se encontrava em condições próprias para consumo. Não ficou com a certeza absoluta que assim fosse, mas combinaram encontrar-se num restaurante na zona de Alcantara. Ingeridas as calorias necessárias para enfrentar uma tarde/noite de sapateado intenso, o Almirante Cascavel veio até à porta do restaurante fumar um cigarro. Preparavam-se os ravers para se deslocar até ao antigo complexo industrial, quando se inicia uma breve conversação com um conhecido DJ:
Almirante: Então, daqui, como é que vou para o Faktory?
DJ: Então.. viras ali à esquerda, depois à direita, vais sempre em frente, entras no LX Faktory, segues até ao fundo, é a última porta do lado esquerdo.
Almirante: Ouve lá, acabei de comer, já me parou a digestão com tanta volta.
DJ: (risos) Eu dou-te boleia, como é óbvio. Bora?
Almirante: A minha mãe sempre me disse para não andar de carro com DJ's.
DJ: (mais risos) Anda lá..!
Almirante: Não tás a perceber.. a última vez que um DJ me disse que me dava boleia, passei por 18 zonas industriais em Palmela, com o objectivo de chegar a Lisboa. Foram só 3 horas às voltas.
DJ: Quem foi a peça?
Almirante: Iglesias do Techno.
DJ: Esse gajo não percebe nada disto. Anda lá, vá.
Chegados ao recinto, já se tinham iniciado as hostilidades, com o já conhecido Lobo de Wall Street a aquecer a pista para o tenebroso, inquietante e sempre desconcertante (pela positiva) cardeal-patriarca do Techno em Portugal.. DJ Jiggy! Não fez a coisa por menos, servindo os presentes com um set de arromba até ao fim. Ou melhor, até depois do fim, porque andou-se ainda uma boa hora a pedir mais uma, mais uma, mais uma.
A meio desse mesmo set o Almirante Cascavel achou por bem ir ao WC efetuar uma despressurização do sistema hidráulico (mictar). Num pequeno espaço com dois urinóis escolheu o do lado esquerdo. Segundos depois, o mesmo DJ que lhe tinha dado boleia, começa a despressurizar no urinol do lado direito. Quando repararam que estavam os dois juntos naquele momento tão especial, acharam por bem, dissertar um pouco sobre aquele aliviante acto. A meio do mesmo, surge uma terceira figura, questionando o DJ:
Terceira figura: Tiras uma fotografia comigo para mostrar ao DJ "Whatever"?
DJ: Deixa-me só acabar aqui.
Terceira figura: OK, mas conheces o DJ "Whatever" não conheces?
DJ: Conheço, claro que conheço!
Terceira figura: Mas conheces mesmo?!
DJ: Sim, conheço! É o Ghandi!! É ou não é?
Terceira figura: Eh pa.. conheces mesmo.. E tiras uma foto comigo?
DJ: Então não tiro! Fotos é o meu forte!
A festa continuou intensa e dilacerante até ao final, já com alguns chapéus de chuva em riste, tal era a pedrada que chovia furiosamente em Alcantara. Mas como em tudo na vida, quando acaba uma festa, começa logo outra. Perto da embaixada de França, festejava-se - também de forma prazerosa - o aniversário de um simpático conviva destas lides e o vento levou-os como sempre, até à batida mais próxima!
(Baseado em factos verídicos)
PS1: Próximo fim-de-semana adivinha-se bastante rocambolesco! Aconselhamos vivamente uma ida às festas da MusiK@ll e da bloop. É tudo no mesmo dia, mas não há-de ser nada! Nós vamos a todas (também não tinha piada de outra maneira).
PS2: Preparem-se igualmente para a chegada de mais uma personagem, esta sim, aguardada por nós com alguma ansiedade, nem mais, nem menos, o digníssimo Conde de Forrobodó! (Para quem não sabe, esta personagem existiu mesmo; chamava-se Joaquim Pedro Quintela e foi o 1º Conde de Farrobo. Dava luxuosas e majestosas festas nas suas propriedades, ímpares no seu tempo ao que parece e alguns etimologistas garantem que o termo forrobodó, que significa festança, pândega, confusão ou trapalhada, tem origem neste quixotesco cavalheiro; as semelhanças com a personagem que se insere agora no nosso blog, são de facto, assinaláveis)
Vamos lá então!
O sábado havia começado hesitante para o Almirante Cascavel. Assim que acordou, excitado com a ideia de ir bailar, o Iglesias do Techno entrou em contacto com o Almirante de forma a verificar se este se encontrava em condições próprias para consumo. Não ficou com a certeza absoluta que assim fosse, mas combinaram encontrar-se num restaurante na zona de Alcantara. Ingeridas as calorias necessárias para enfrentar uma tarde/noite de sapateado intenso, o Almirante Cascavel veio até à porta do restaurante fumar um cigarro. Preparavam-se os ravers para se deslocar até ao antigo complexo industrial, quando se inicia uma breve conversação com um conhecido DJ:
Almirante: Então, daqui, como é que vou para o Faktory?
DJ: Então.. viras ali à esquerda, depois à direita, vais sempre em frente, entras no LX Faktory, segues até ao fundo, é a última porta do lado esquerdo.
Almirante: Ouve lá, acabei de comer, já me parou a digestão com tanta volta.
DJ: (risos) Eu dou-te boleia, como é óbvio. Bora?
Almirante: A minha mãe sempre me disse para não andar de carro com DJ's.
DJ: (mais risos) Anda lá..!
Almirante: Não tás a perceber.. a última vez que um DJ me disse que me dava boleia, passei por 18 zonas industriais em Palmela, com o objectivo de chegar a Lisboa. Foram só 3 horas às voltas.
DJ: Quem foi a peça?
Almirante: Iglesias do Techno.
DJ: Esse gajo não percebe nada disto. Anda lá, vá.
Chegados ao recinto, já se tinham iniciado as hostilidades, com o já conhecido Lobo de Wall Street a aquecer a pista para o tenebroso, inquietante e sempre desconcertante (pela positiva) cardeal-patriarca do Techno em Portugal.. DJ Jiggy! Não fez a coisa por menos, servindo os presentes com um set de arromba até ao fim. Ou melhor, até depois do fim, porque andou-se ainda uma boa hora a pedir mais uma, mais uma, mais uma.
A meio desse mesmo set o Almirante Cascavel achou por bem ir ao WC efetuar uma despressurização do sistema hidráulico (mictar). Num pequeno espaço com dois urinóis escolheu o do lado esquerdo. Segundos depois, o mesmo DJ que lhe tinha dado boleia, começa a despressurizar no urinol do lado direito. Quando repararam que estavam os dois juntos naquele momento tão especial, acharam por bem, dissertar um pouco sobre aquele aliviante acto. A meio do mesmo, surge uma terceira figura, questionando o DJ:
Terceira figura: Tiras uma fotografia comigo para mostrar ao DJ "Whatever"?
DJ: Deixa-me só acabar aqui.
Terceira figura: OK, mas conheces o DJ "Whatever" não conheces?
DJ: Conheço, claro que conheço!
Terceira figura: Mas conheces mesmo?!
DJ: Sim, conheço! É o Ghandi!! É ou não é?
Terceira figura: Eh pa.. conheces mesmo.. E tiras uma foto comigo?
DJ: Então não tiro! Fotos é o meu forte!
A festa continuou intensa e dilacerante até ao final, já com alguns chapéus de chuva em riste, tal era a pedrada que chovia furiosamente em Alcantara. Mas como em tudo na vida, quando acaba uma festa, começa logo outra. Perto da embaixada de França, festejava-se - também de forma prazerosa - o aniversário de um simpático conviva destas lides e o vento levou-os como sempre, até à batida mais próxima!
(Baseado em factos verídicos)
PS1: Próximo fim-de-semana adivinha-se bastante rocambolesco! Aconselhamos vivamente uma ida às festas da MusiK@ll e da bloop. É tudo no mesmo dia, mas não há-de ser nada! Nós vamos a todas (também não tinha piada de outra maneira).
PS2: Preparem-se igualmente para a chegada de mais uma personagem, esta sim, aguardada por nós com alguma ansiedade, nem mais, nem menos, o digníssimo Conde de Forrobodó! (Para quem não sabe, esta personagem existiu mesmo; chamava-se Joaquim Pedro Quintela e foi o 1º Conde de Farrobo. Dava luxuosas e majestosas festas nas suas propriedades, ímpares no seu tempo ao que parece e alguns etimologistas garantem que o termo forrobodó, que significa festança, pândega, confusão ou trapalhada, tem origem neste quixotesco cavalheiro; as semelhanças com a personagem que se insere agora no nosso blog, são de facto, assinaláveis)
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